Por mais que se diga "É a vida!" quando nos deparamos com a morte, as felicidades da primeira nunca apagarão a dor e o sentido de perda da segunda.
Há um ciclo que está a fechar-se com a perda de algumas referências que marcaram a minha geração. Na área da comunicação, Carlos Pinto Coelho ficará sempre como uma das que preencheram o espaço televisivo e a vida de muitos.
Entre vários contributos, o do "Acontece" na RTP2 é incontornável, como um dos poucos programas que me prendiam à televisão pública, pela qualidade jornalística e pela oportuna divulgação cultural apresentadas. Nove anos (1994-2003) de uma companhia televisiva que alguém quis romper por "valores mais altos" que não se "alevantaram" (nem podiam nem podem "alevantar"-se).
Concorrentemente, noutros programas, outros prazeres se juntaram, como os das rábulas de Herman José a esse jornalista e apresentador que, pausada, cuidadosa e repetidamente, dizia as palavras de modo a que todos entendessem o dito e o não dito (por mais crítico que fosse).
Um exemplo de lusofonia, de cavalheirismo, de persistência, de integridade.
Um "sal da terra" para condimentar a memória dos que com ele conviveram no pequeno ecrã e para preservar o jornalismo de alguns dos males de que tem vindo a sofrer.
Um "sal da terra" para condimentar a memória dos que com ele conviveram no pequeno ecrã e para preservar o jornalismo de alguns dos males de que tem vindo a sofrer.
Porque não há outra forma de melhor terminar esta homenagem a quem já vive na memória colectiva, passo a citar: "E assim acontece".
Óptima fotografia!
ResponderEliminarO CPC não morre: a cultura, inquietação humana, não morre.
Feliz Natal para ele, onde estiver, há-de fazer um sorriso como o da foto.
Tivemos a sorte de o ter, não vale a pena dizer mais nada...