Há quarenta anos, chegou a liberdade e os versos da 'poeta'.
Celebra-se o fim de um regime ditatorial, que teve em Salazar e Marcello Caetano as caras da opressão e repressão; festeja-se a democracia conquistada pelo Movimento das Forças Armadas (MFA), para um povo sedento de justiça, de oportunidade e de tempo - todos mascarados, estagnados algures desde as primeiras décadas do século XX.
E os versos surgiram, para anunciar a mudança. O título fez-se com uma simples data, o de um dia do calendário ("25 de Abril").
A palavra poética de Sophia de Mello Breyner Andresen, in O Nome das Coisas, 1974
(Fotografia da exposição 40 anos do 25 de Abril, na Escola Secundária de Gondomar)
Comemorada a revolução dos cravos (aquela em que uma mulher, na manhã desse dia, ofertou cravos a um e outro soldado, na direção do Largo Carmo, e viu essas rubras flores depositadas nos canos das armas), ficam na memória os exemplos a seguir, além dos males sofridos, indesejados - alguns teimosamente coincidentes com aquilo que se queria já bem longe dos nossos dias. Assim não é.
Valeu a pena! Teve e tem de valer a pena, para que o azedo e a agrura dos tempos passados não se traduzam em sufoco e angústia de um povo que, na ânsia de direitos e liberdades (e da confiança e da esperança), espera (ainda) por melhores dias, depois de lhe terem comprometido algum do futuro.
Sem comentários:
Enviar um comentário