Nem as decisões são necessariamente pacíficas nem sempre são seguidas da mesma função sintática (interna).
Perguntam-me qual é a função e digo que tudo depende da expansão.
R: Depende do que vier na expansão à direita.
O nome 'decisão(ões)' associa-se ao verbo 'decidir', tipicamente de natureza transitiva (Alguém DECIDE alguma coisa). Se o verbo seleciona um complemento (direto), o mesmo sucede com o nome respetivo. Acontece que a estrutura argumental do verbo 'decidir' implica um agente (quem decide) e um tema (o que é decidido). Logo, caso o nome 'decisão(ões)' seja expandido à direita por esse agente e/ou tema, ter-se-á um complemento de nome, como se verifica em i, ii, iii:
(i) A decisão ministerial foi polémica. (< O Ministério decide algo.)
(ii) Os alunos respeitaram a decisão do professor. (< O professor decidiu algo.)
(iii) A decisão de libertação foi a adotada pelo juiz. (< O juiz decidiu libertar o prisioneiro.)
Todavia, há expansões que não correspondem a tais papéis semânticos. Nestes casos, estaremos perante modificadores do nome. É o que se verifica em iv e v:
(iv) A decisão correta nem sempre é fácil de ser tomada.
(v) Não vou aceitar uma decisão injusta.
Estes últimos sublinhados não correspondem aos papéis semânticos anteriores (são antes avaliações / apreciações relativas à 'decisão'), pelo que configuram modificadores do nome (no caso, restritivos).
Concluindo, a bem da função, veja-se o que vem a seguir à decisão.
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