Tudo em busca da base da palavra (embora eu preferisse o "oiro").
Siga-se o raciocínio de onde uma palavra vem, e lá chegaremos ao resultado final.
Q: Olá, Vítor. Qual é o processo de formação da palavra "doirado"?
O doirado da paisagem, com o doirador responsável ao centro.
R: Olá. A palavra "doirado" é o particípio passado do verbo "doirar", sendo esta última a palavra base. Embora se trate mais de um caso de flexão do que propriamente de formação, a passagem "doira(r) > 'doirado" ilustra a consideração de afixos gramaticais no final da palavra (sufixos), de modo a construir, a partir da forma do infinitivo, a que surgirá como forma verbal de particípio passado e/ou adjetivo.
Pelo raciocínio exposto no primeiro parágrafo, fica identi-ficada a base (verbal), a partir da qual se processa a sufixação. Trata-se de sufixos de natureza estritamente gramatical (para as categorias da forma parti-cipial verbal e do contraste de género).
Não se veja, portanto, o oiro como a origem de tudo na nossa língua, mas o que permite "doirar" e, por sua vez, esta palavra ver o doirado, nomeadamente o que a talha da natureza por momentos ganha (sem ouro; com sol).
Não se veja, portanto, o oiro como a origem de tudo na nossa língua, mas o que permite "doirar" e, por sua vez, esta palavra ver o doirado, nomeadamente o que a talha da natureza por momentos ganha (sem ouro; com sol).
Ou seja, "nem tudo o que doira vem de oiro", pelo menos em termos da natureza. "Doirar" entrou historicamente na língua portuguesa pela forma latina "deauro, -are", estando já aqui assumida a palavra base (doirar), a qual virá a dar lugar a 'doirado'.
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