A bem do que não se diz.
Quando me disseram que o mar e o céu eram azuis acreditei. Acrescentavam, ainda, que era azul ora marinho oa celeste. Gostei da cor e do que ela inspira(va): tranquilidade, serenidade, harmonia, espiritualidade.
A vida, contudo, lembra-nos que o verso tem o seu reverso. E, nessa medida, o azul também se deu a ver na monotonia, depressão, frieza. Ficou tão próximo do mal, da doença, do fim e da morte que fui à procura de uma paleta e do que esta tinha para me dar em alternativa.
Busquei, então, novas cores. Descobri-as no olhar e nos matizes que pude contemplar:
Busquei, então, novas cores. Descobri-as no olhar e nos matizes que pude contemplar:
Um universo de ouro e prata onde mar e céu ficaram sem azul (Foto VO)
Encontrei uma bola de luz bem intensa na claridade, um mar brilhante feito de prata e um céu que se firmou de amarelo, laranja e ouro. Na variedade colorida, reparei no que é marinho e celeste sem azul. No momento, nesse instante apreciável dado a ver, tive um mar nos tons da sabedoria divina, enquanto o ouro do amor divino se mostrava para lá, logo acima do horizonte. Um céu de fogo e um oceano de água - dois exatos opostos - complementam-se no quadro natural da vida, evocando sabedoria e amor.
Pode ter sido este um momento, já familiar a outros também vividos. Fica, por isso, a nota de que há instantes em que os opostos têm sempre a possibilidade de se emparelhar, de se enquadrar - tal como a prata, na representação da lua e do princípio feminino (lunar, passivo e branco), se ajusta ao ouro (por sua vez solar, ativo e amarelo), do princípio masculino. Eis, em suma, a riqueza da diversidade complementar.
A bem do que se viu e do que possa ser a possibilidade da esperança; o princípio da aproximação, do complemento e da conciliação dos opostos (porque há guerras que não trazem felicidade a ninguém, eventualmente só para aqueles que momentânea e egoisticamente se comprazem em lançar mísseis - sejam reais sejam metafóricos - para destruir o semelhante).
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