Há dias para tudo, nomeadamente para recriar versos (que já tiveram reversos).
Com maior ou menor esperança, as palavras espelham um estado de espírito que, ora fechado, ora aberto, nem sempre traduz o que é celebrado. Valha o dia de sol claro, limpo, a convidar à festa da liberdade, da vida e, de novo, com esperança.
ACINZENTADA MEMÓRIA
Monumento ao 25 de abril, Espinho (Foto VO)
sem a rubra cor,
apagou-se o sangue,
secou o vigor?
Da revolução,
a memória fica,
lembrando a canção...,
o povo que grita...,
a arma a dar flor...
Renovado o tempo,
nascida a manhã,
no sopro do vento,
a sã liberdade
vive-se na cidade.
Em dia cinzento,
vejo um monumento:
voam as gaivotas
só no pensamento.
No duro betão,
há ondas de mar
plantadas no chão,
subidas ao ar.
Qual fénix em cinzas,
Esperança, vinhas...
Fica. A vida alindas.
Hoje, mais do que a liberdade do dia, importa a esperança de sempre.
Chamo-a, porque a caixa de Pandora não pode manter-se fechada.
Bom dia, Vítor. Belo poema que traduz tantos sentidos do 25 de Abril, tão necessário, mas nem sempre 'límpido' como o desejou Sophia.
ResponderEliminarGostei muito de imagens que criaste: 'há ondas de mar
plantadas no chão' e muitas mais.
Não conheço o monumento da foto. Vou procurá-lo quando for a Espinho, a cidade 'com mar ao fundo' de que gosto muito.
Um abraço e um dia feliz.
Bom dia, Dolores.
ResponderEliminarMuito obrigado.
Creio que a limpidez está no 'limpar' democrático das nossas mãos e da nossa vontade coletiva. Assim o conseguimos; assim o consigamos.
Quanto ao monumento, está na rotunda junto à Pepim.
Um dia livre e feliz!
Beijinho.
Isso mesmo, importa convocar a esperança. Mesmo que cravos e gaivotas sejam de pedra.
ResponderEliminarVerdade, bea.
EliminarHá pedras que imortalizam a nossa experiência; são pedras da memória, tanto pelo que evocam no bem vivido (a recriar) como pelo que marcam no mal sofrido (a evitar).
Obrigado pelo comentário.