quarta-feira, 30 de março de 2016

Uma música para uma série

      Depois do apontamento para a série, vai o da música.

     A anunciar Versailles está o genérico baseado na composição "Outro" da banda eletrónica francesa M83, a mesma que participou na banda sonora de filmes como Interstellar e Cloud Atlas.
    Do duplo álbum Hurry Up. We're Dreaming (2011) saiu esta melodia, projetada e divulgada na série televisiva:

Montagem de imagens com o genérico da série Versailles

    Uma pequena letra acompanha a música, como se a voz ouvida fosse a do próprio Luís XIV:

        OUTRO
I'm the king of my own land 
Facing tempests of dust, 
I'll fight until the end. 
Creatures of my dreams raise up and dance with me 
Now and forever, I'm your king !

     Com letra e música, nesta quarta-feira, mais um episódio de Versailles marca o dia. Repito: série fantástica. A não perder.

quarta-feira, 23 de março de 2016

Versailles

    Começou hoje uma série que promete! E na RTP1!!!

   Falo de Versailles, série anunciada como tendo chocado o público britânico, quando assistiu à representação televisiva do que foi a vida de Luís XIV, o rei-sol francês. 

Trailer oficial da série (primeira temporada) intitulada Versailles

    Numa produção franco-canadiana levada a cabo pelo Canal+, aquele que se designou como "L'État c' est moi" surge aos olhos do telespectador num cenário histórico grandioso, com um guarda-roupa majestoso e com uma perspicácia fora do comum. Estratega, manipulador, de olhar sordidamente penetrante e figura imponente, este monarca seiscentista foi o responsável (contra tudo e contra todos os que o queriam manter em Paris) por aquele que hoje ainda é considerado o palácio mais deslumbrante do mundo: o palácio de Versailles. Razão de esgotamento para inúmeros orçamentos extravagantes, tornou-se o modelo inspirador e o anseio de muitas figuras da realeza europeia - que o diga o nosso D. João V, quando decidiu construir o Palácio de Mafra e o radicou à sua magnânima pessoa real -, tanto por razões arquitetónicas como pela simbologia de um poder encarado como absoluto pelos "representantes de Deus na terra".
    Entre figuras históricas e fictícias, mais um fundo histórico marcado por criatividade e algumas infidelidades à História, as personagens da série acabam por manter relação mais ou menos direta com a corte de Luís XVI, num mundo em que glória e violência estão de mãos dadas para sustento do poder de um monarca (representado por George Blagden), a vida algo dissoluta do irmão mais velho (Alexander Vlahos) e as intrigas palacianas de todos os que deles dependem.
    Nas ousadias de quem tudo quer, pode e manda (para o bem e para o mal), há cenas intensas; personagens e representações fortes; uma intriga que "agarra" o espectador e se impõe como motivação forte para permanecer frente à televisão às quartas-feiras à noite, assistindo à primeira temporada (dez episódios) produzida por Simon Mirren e David Wolstencroft.

    Num reinado com mais de 72 anos (dos maiores, se não for o maior da Europa ocidental), há seguramente fonte inspiradora para muitas temporadas, assim a qualidade do primeiro episódio se mantenha. Boa aposta da RTP, para contrariar tanta telenovela e "reality show" que nem ao Diabo lembra.

quarta-feira, 2 de março de 2016

Pérolas ministeriais...

      Não são novidade, por certo, vindas... de quem ou de onde?

     Há para todos os gostos: das mais presidenciais às mais ministeriais, para não falar de outras proferidas em comissões de inquérito, junto de deputados.
     Começo a acreditar que não interessa de quem vêm. Talvez o problema esteja mesmo no local, que acolhe quem menos está preparado na língua (às vezes, noutras coisas mais, a julgar pela forma como lá chegaram e pelo que não tiveram de provar, só por pertencerem a uns grupos políticos que os içam por razões dúbias).
      Se o senhor ministro põe a mão na cabeça, eu ponho as duas mãos à cabeça com tanta irregularidade  e incorreção nas formas verbais:

Excerto do programa televisivo da Assembleia da República

     Bem lá diz o povo que "Não há duas sem três": depois do 'intervieram' que não saiu (quando assim devia ser), duas vezes se ouviu o presente do conjuntivo do verbo 'ter' na pior forma (E não era eco, não)! Ambas foram convictamente ditas pela mesma boca que o disparou. MAL! MUITO MAL!
    Já não basta haver quem diga "tenhamos" como palavra esdrúxula (acentuando fonicamente a sílaba [te], quando deveria fazer tal com [nha]) e, agora, vem esta nova versão da conjugação (em modo ministerial, sublinhe-se). 

      Desde quando? De quem? De onde? Nunca! Ninguém! Nenhures! Negação plena no uso correto da língua. Quem não dá bom exemplo deixa muitos em tormento (não é provérbio, mas bem que o poderia ser). E mais não digo!