sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Questões do outro lado do oceano (IV)

      Porque há dúvidas que fazem sentido, mas há que distinguir os domínios.

   Quando a questão do significado interfere com a construção do sintagma, podem surgir dúvidas desta natureza.

      Q: 4) Em "Ele não é tão inteligente quanto ela", o grau é comparativo de igualdade?

      R: Para uma resposta afirmativa (em termos de sintaxe), acrescento a polaridade negativa que, semanticamente, a frase apresenta. O que acontece é a negação do grau comparativo de igualdade, mas é efectivamente este o que está configurado na frase, atentando nas marcas comprovativas desse grau (tão+Adj.+quanto / como).
      Relembro que as formas de expressão do grau comparativo dos adjectivos, na língua portuguesa, são tipicamente configuradas através de construções sintácticas, evidenciadas pelos seguintes elementos:
       a) grau comparativo de superioridade: mais + Adj. + (do) que;
       b) grau comparativo de inferioridade: menos + Adj. + (do) que;
       c) grau comparativo de igualdade: tão + Adj. + como / quanto.
     Alguns adjectivos admitem a construção do grau comparativo por via do léxico, como é o caso de algumas realizações de natureza etimológica (ex.: bom > melhor; mau > pior; grande > maior e pequeno > menor).

     Pelo exposto, creio ser razoável admitir que a expressão do grau dos adjectivos tem muito mais de sintáctico do que de morfológico (à excepção do grau superlativo absoluto sintético). Às vezes, tem algo de lexical. Quanto à dimensão semântica, não deixa de estar apoiada no que a linearidade ou o sintagma dão a ver.

2 comentários:

  1. 5) O que justifica a acentuação de tu-iu-iú (tui-ui-ú é outra forma de separação silábica)?
    Abraço.

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  2. Tratarei a questão noutro apontamento.
    Obrigado.
    Abraço.

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