Há um ano, uma aluna escrevia-me um poema e, num relatório de aula, para evitar a repetição de 'professor', chamava-me mestre da Língua Portuguesa. Eu ria-me, e ela olhava para mim como se não tivesse sido dito nada de cómico.
Orfeu Perdendo Eurídice para o Hades,
de G. Kratzenstein (1793-1860)
DA OBRA FEITA PESSOA
Pudesse eu ser o que em mim vês
e sentir-me-ia feliz por, neste mundo,
trazer à luz o que Orfeu não conseguiu salvar...
A Eurídice e à poesia dá
esse sentido imaculado e profundo,
essas palavras feitas de cor e alma,
esses sons de céu e mar.
Então, um lume sem fogo
dará voz ao verso, foz ao rio, nós ao ego...
reencontrado e reconhecido
por haver sempre um
TU.
Pudesse eu ser o que em mim vês
e sentir-me-ia feliz por, neste mundo,
trazer à luz o que Orfeu não conseguiu salvar...
A Eurídice e à poesia dá
esse sentido imaculado e profundo,
essas palavras feitas de cor e alma,
esses sons de céu e mar.
Então, um lume sem fogo
dará voz ao verso, foz ao rio, nós ao ego...
reencontrado e reconhecido
por haver sempre um
TU.
(À VS)
Espinho, 15 de Fevereiro de 2008
VO
Ser professor, às vezes, tem destas coisas: verem-nos e dizerem-nos o que nós não achamos ser.
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