quinta-feira, 14 de julho de 2016

Partilhas...

     Na sequência da sessão de formação de hoje, uma colega fez-me chegar um vídeo (que agradeço, pelo momento e pela boa disposição criada).

    Claro que estas coisas, por mais cómicas que sejam, podem tornar-se sérias - nomeadamente quando são tão publicitadas e divulgadas, a ponto de serem imitadas por muitos falantes.
     Vejamos: um empresário quer cantar uma música gospel, gravar um disco e sai uma frase muito 'sui generis'. Ei-la:

Vídeo recolhido do Youtube - com agradecimento, pela lembrança, à DB.

     O atropelo fonético é mais do que audível e a consciência morfológica é muito reduzida, se não for comprometida. Não é, por certo, nenhuma realização normalizada ou padronizada; mas, a verdade, é que estas produções singulares não deixam de introduzir fatores de instabilidade que podem traduzir-se em fenómenos evolutivos. Espero que daqui a uns séculos não se esteja a dizer / escrever 'árveres', 'árbiris' ou 'árberes', nem 'nozis' em qualquer das variedades do português, de tão popular que a produção se tornou.
      Veio isto a propósito de quê? Da perda da consciência morfo(fono)lógica de alguns termos, como 'dióspiro' (que já ninguém praticamente diz de modo correto, nem assim escreve), bem como de fenómenos morfológicos típicos de algumas regiões ou variedades do português que muitos desconhecem. Não sendo realizações-padrão hoje (tal como o gerúndio flexionado - que problematiza a classificação de forma verbal não finita), quem sabe o que estas poderão vir a ser nos próximos séculos. À maneira de Probo, quero registar 'árvores' não ''árbis'; 'nós' não 'nozis'.

      Discussões que surgem de dúvidas, questões, esclarecimentos que vão surgindo nas horas que se vão dedicando à formação - sobre morfologia (mas com 'cãibras' na língua, 'fuga' da palavra ou  quando 'tá enrolando tudo'). Calma! Devagarinho!

Sem comentários:

Enviar um comentário