segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Da conversa à foto

      Reinvente-se a gramática, porque 'tá' a chegar o verbo 'tar' (e a preposição 'té')

      Primeiro a conversa:

      - Olá! Onde tás?
      - Já tou no café, onde combinámos.
      - Tou a chegar. Desculpa, tou atrasada.
      - Também cheguei há pouco. Tava cheio de sono e cheguei mais tarde.
      - Olha, ontem tive a trabalhar até às tantas e hoje tou arrasada.
      - A sério? Também tive. Tou farto de trabalhar. Tou morto.
      - Tá. Só mais cinco minutos e já te ajudo, tá bem?
      - Tou à espera.
      - Té já.

      Depois a foto:

Contágio do verbo 'tar' (ou de como é preciso ir além do corpo são)

        ... 'tiver' com vontade... Conjugação imperfeita de 'tar' com vontade! Sim, porque uma coisa é ter vontade (e se eu tiver vontade, vou ao treino; não paro); outra é estar com vontade (e se estiver com vontade de ficar em casa, não há treino que me desvie do sofá).
        Se ainda fosse "tiver vontade", tudo ficaria pelo melhor; agora, a preposição denuncia bem como se confunde 'estar com' (estiver com) com o '*tar com' (na forma *tiver com).
        É tanto o treino que até o 'estar' perde sílabas (fruto do cansaço, claro está)!

     Diria: os afetados comem sílabas; alguns publicitários ficam-se pelo corpo são (porque da mente...). Sabem que mais: tá tudo doido (na variante de 'tão todos doidos')! Atenção ao contágio!

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