Novo exemplo de sintaxe, para um caso de configuração do sujeito sintático.
Q: A função sintática de modificador restritivo ou apositivo do nome.
Esta é uma função sintática interna ao grupo nominal. O sujeito, por sua vez, é uma função sintática interna ao grupo frásico, portanto, nuclear e soberana face ao modificador do nome.
1- A rapariga levantada é minha irmã.
2- A rapariga que está levantada é minha irmã.
Na primeira frase o grupo nominal "a rapariga levantada" é sujeito. "Levantada" é o modificador restritivo do nome.
Na segunda frase, já complexa, incluímos a oração subordinada adjetiva relativa restritiva dentro do sujeito também? É que essa oração ocupa a mesma função sintática e o antecedente do pronome relativo é "a rapariga".
R: Permita-me um primeiro apontamento, por uma questão de coerência: modificador restritivo está para modificador não restritivo (ou apositivo ou, ainda, explicativo).
Um segundo: o sujeito é uma função sintática nuclear ao nível da frase (não do grupo frásico, por esta designação estar mais para a descrição de um tipo de constituinte).
O sujeito sintático da frase 2) é, de facto, 'A rapariga que está levantada', para o predicado 'é minha irmã'. Assim o indicam os testes de constituência (ou testes fundamentais para identificação dos constituintes):
O sujeito sintático da frase 2) é, de facto, 'A rapariga que está levantada', para o predicado 'é minha irmã'. Assim o indicam os testes de constituência (ou testes fundamentais para identificação dos constituintes):
a) o da substituição do GN (por equivalente) : A jovem que está de pé é minha irmã.
b) o da pronominalização: Ela é a minha irmã (Ela, quem? > A rapariga que está levantada)
c) o da topicalização: Minha irmã é a rapariga que está levantada.
d) o da frase clivada: É a rapariga que está levantada que é minha irmã.
e) o da inserção: A rapariga que está levantada realmente é a minha irmã.
f) o do par pergunta-resposta: Quem é a minha irmã? > A rapariga que está levantada.
g) o da passiva (não aplicável).
O constituinte mantém a sua integridade em qualquer um dos testes, pelo que se trata de uma unidade.
A natureza complexa da sua configuração não invalida o reconhecimento de, a um segundo nível de análise (interno), um sujeito dependencial representado pelo anafórico 'que'. A natureza dependencial da oração relativa (restritiva) justifica a sua integração no grupo nominal matriz.
A natureza complexa da sua configuração não invalida o reconhecimento de, a um segundo nível de análise (interno), um sujeito dependencial representado pelo anafórico 'que'. A natureza dependencial da oração relativa (restritiva) justifica a sua integração no grupo nominal matriz.
Esta questão sublinha, ainda, a importância de se trabalhar diferentes configurações do sujeito sintático, vulgarmente reduzido a grupos nominais básicos e/ou a realizações de ordem pronominal.
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