sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Será para ficar?!

     A pergunta impõe-se perante o contexto de redefinição de feriados. 

     O feriado da Imaculada Conceição (para muitos ainda o feriado tradicionalmente associado ao dia da mãe) parece que não está em perigo de se perder, contrariamente ao que tende a ser o futuro do 1 de Dezembro.
     Ainda que a situação não esteja estabilizada e a Igreja tenha de se pronunciar definitivamente quanto aos feriados de índole religiosa a cessar, tudo parece apontar que estes últimos sejam os do Corpo de Deus (em Junho) e os de Assunção de Maria (15 de Agosto).
      Talvez fique o da Imaculada Conceição, pensando-se que na base da existência de Portugal está a padroeira do país.
    Não sendo tal a acontecer, seria melhor reescrever a História: em vez de D. Afonso Henriques, na batalha de Ourique se "encomendar a Deos, e á Virgem gloriosa sua Madre" (capítulo XV da "Chronica do muito alto, e muito esclarecido principe D. Affonso Hemriques Primeiro Rey de Portugal, composta por Duarte Galvaõ - 1505), seria bom encontrar outro santo que pudesse ter aparecido ao monarca, para nos reservar o milagre de viver um feriado. 
    Em Portugal, o culto da padroeira foi instituído por D. João IV (filho de D. Teodósio e D. Ana Velasco), primeiro rei da dinastia da Casa de Bragança (a quarta). O monarca, perante a imagem de Nossa Senhora da Conceição, ofereceu Portugal à Mãe Imaculada de Jesus; depôs a coroa real aos pés da Rainha do Céu, que, doravante, seria também a Rainha de Portugal.
      Desde aí, os sucessores reais nunca mais usaram a coroa real, na cabeça.

     Se não for o estatuto de padroeira e fazer vingar um dia de descanso, que venha outro santo qualquer livrar-nos da canseira desta vida de trabalho, que já está a deixar-nos mais de rasto do que qualquer outra crise mais do que anunciada.

2 comentários:

  1. Acho que agora estamos a precisar que D. Afonso Henriques coloque de novo 'os giolhos em terra' e reze: '... á tua infinda piedade peço que sempre me ajudes e tenhas em tua santa guarda, por que o inimigo da linhagem humanal não seja poderoso...'.
    Valha-nos a Imaculada Conceição, se a linhagem humanal o consentir.

    VS

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  2. Muito bem, pupilinha!
    Andamos a ler umas coisas 'mui dignas' («dinhas», como se lia na época quinhentista)e plenas (para recuperar o étimo) de fé, comiseração...
    Deo Gratias!

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