terça-feira, 9 de agosto de 2022

Erros (muito) reais

       Seja porque eles existem seja porque se referem à realeza.

      Naquele momento em que se folheia daquelas revistas que nada trazem senão o alheamento desejado face ao mundo em que vivemos, e apetece mesmo desfolhá-las (agora, sim, termo intencionalmente usado no verdadeiro significado da palavra); ou quando os olhos passam por um monitor e apetece eliminar o registo de uma daquelas notícias que nada trazem de sério ao mundo (daí a designação da "silly season", que mais se ajusta aos "silly writers"):

Um vestido que não cumpre o estatuto da realeza, pela falta de "comprimento".

       Lá está: o vestido não cumpre o objetivo para que foi feito. Estaria aí o cumprimento irreverente (ou melhor, o incumprimento). No que toca a ser curto, a conversa é outra. É a que respeita a tamanhos, medidas. Centra-se na questão do comprimento (pois... com 'o').
     A paronímia (estudada como caso de relação lexical) devia andar de mãos dadas com o ensino dos casos críticos de ortografia, para que ninguém ousasse escrever o que foi publicado para milhares de olhos poderem ler.

     Isto de confundir 'comprimento' com 'cumprimento' não dá razão para saudação; motiva, sim, a aplicação de medidas de correção (bem necessárias a julgar pela frequência no erro cometido).

2 comentários:

  1. Jamais ouvi alguém a dizer cumprimento de mangas, vestido, calças. Quem escreveu a notícia saberá falar o português corrente? Escrever não sabe.

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    1. Eu dizer ainda ouço dizer, erradamente. A diferença oral entre o 'o' e o 'u' é muito instável; daí a transposição errada para a escrita. Quem mal fala mal escreve. É um clássico. Porém, profissionais da comunicação não deviam cometer estes erros, garantidamente. Enfim...

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