Declarado hoje, pela UNESCO, em Bali (Indonésia), como Património Imaterial da Humanidade, o fado é mais um exemplo do contributo idiossincrásico português; uma marca da voz, da música e das vivências humanas para o mundo.
No VI Comité Intergovernamental da UNESCO, afirmou-se mais um sinal português composto de universalidade, pelo cruzamento com outras culturas; pelo romantismo que traz das suas origens ao sentir que faz da vida uma realidade sempre única, sensível, singular.
A consagração da música, de um legado cultural, de um registo emotivo distribuído no tempo (e no espaço) cumpriu-se, depois de já a ter aqui mencionado.
Não sei se é 'fatum' nacional viver tanto quanto o necessário para alimentar este género musical; porém, se nele se afirma algum do nosso papel no mundo, que se cultive a música, a poesia, a voz capazes de projetar o que há de mais tradicional e marinheiro ao mais corrido, vadio, boémio e brejeiro, para não falar do acadé-mico (que não foi contemplado, por ser indicador de uma outra candidatura a património mundial: a da universidade de Coimbra) e inovador no que a vida propõe de mais intenso.
O Fado
Quadro de José Malhoa
(1910)
Canção da vida, da emoção, de perdas e ganhos,da alegria e da sua intensa negação, nela há prisão e libertação - solidão, saudade, nostalgia, ciúme; mágoas passadas e do presente; inspiração para a esperança e o futuro.
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