sexta-feira, 6 de março de 2009

Poesia, Som e Fado

      Há poesia que não é para ler...


      É som para escutar...
      Música para embalar
      E vida para compreender.


       Sentidos.
      Estas as palavras e a música de Custódio Castelo e Jorge Fernando, numa voz tão singular quanto o que é cantado.

Adeus ó minha gente
Vou fazer-me à dura estrada
Minh'alma ardentemente
Quer erguer-se e está prostrada;
Longe está meu horizonte
Uma luz resta-me ao longe
Qual fogueira em alto monte

Adeus ó minha gente

A quem vejo arrependidos
As mãos que me negaram

Já mas deram como amigos;
Mas dentro de mim arde

Um sossego abrasador
Do Alentejo em fim de tarde

Adeus ó minha gente

Venham ver-me à despedida
Nasci no lado errado

No lado errado da vida;
Partindo fico ausente

Nem memória vou guardar
Ai adeus ó minha gente


    As ausências, os desencontros da e na vida sempre foram expressão para um 'fatum' que só os portugueses conseguem interpretar musicalmente - daí a poesia, o som e o fado, para não falar da vida.
  

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