terça-feira, 3 de março de 2009

É doce morrer no mar

    Uma música, um poema, uma aula. 

   Entre a descoberta do poema e da música, ficou o cruzamento de crenças, culturas e saberes que nos aproximam.

Morrer No Mar
Iemanjá, mãe de quase todos os orixás
É doce morrer no mar
nas ondas verdes do mar

A noite que ele não veio foi
foi de tristeza para mim
saveiro voltou sozinho
triste noite foi para mim

É doce morrer no mar
nas ondas verdes do mar

Saveiro partiu de noite e foi
madrugada não voltou
o marinheiro bonito
sereia do mar levou

Nas ondas verdes do mar meu bem
ele se foi afogar
fez sua cama de noivo
no colo de Iemanjá

É doce morrer no mar
nas ondas verdes do mar

CAYMMI, Dorival (s.d.) – “É doce morrer no mar”
(incluído no CD Café Atlântico, 1999, de Cesária Évora).

      
      Entre as vozes do Brasil (Marisa Monte) e Cabo Verde (Cesária Évora), há sempre lugar para o Português.

      Retoma-se um momento feliz num trabalho de seminário para estágio, com a planificação de uma aula sobre o texto poético e as variedades linguísticas e culturais do Português (do Brasil).


5 comentários:

  1. Agora, mais do que navegar, vamos todos "comboiar"!
    Também, vamos bem embaladinhos, percorrendo paisagens feitas de palavras com sabores bem diferentes!Ou não fosse esta uma famosa carruagem 23 - do Minho até Lisboa - na qual eu nunca viajei, mas, já ouvi dizer que há quem "já lá fosse muito feliz"...

    Bjos
    e boas viagens para todos nós!
    Isaura

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  2. Aqui fica um contributo para um próximo seminário desse tipo. O autor do poema é José Paulo Paes.

    -----------LISBOA: AVENTURAS

    tomei um expresso
    cheguei de foguete
    subi num bonde
    desci de um eléctrico
    pedi cafezinho
    serviram-me uma bica
    quis comprar meias
    só vendiam peúgas
    fui dar à descarga
    disparei um autoclismo
    gritei «ó cara!»
    responderam-me «ó pá»

    positivamente
    as aves que aqui gorjeiam não gorjeiam como lá

    ---
    Do mesmo autor deixo-te ainda esta «compra»:

    AO SHOPPING CENTER

    Pelos teus círculos
    vagamos sem rumo
    nós almas penadas
    do mundo do consumo.

    De elevador ao céu
    pela escada ao inferno:
    os extremos se tocam
    no castigo eterno.

    Cada loja é um novo
    prego em nossa cruz.
    Por mais que compremos
    estamos sempre nus

    nós que por teus círculos
    vagamos sem perdão
    à espera (até quando?)
    da Grande Liquidação.
    ------------
    VB.

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  3. Não sei se já te disse, Vítor, mas adorei esta música.

    Um abraço
    Dolores

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  4. Ainda bem que gostaste. Já somos dois, entre muitos outros, por certo.
    O poema é lindo também e já deu uma aula.
    Bom ano, bom recomeço e muita coragem para nos aturares (Que grupo!)
    Beijinho.

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