No domínio da sintaxe, a questão das funções sintácticas e o esclarecimento acerca dos complementos de nome têm vindo a tornar-se uma constante, tanto pela noção deste complemento em si como pela relação / diferenciação face a outras funções.
Q: Num manual, surge a definição de "complemento de nome" da seguinte forma: "Complemento do nome é um constituinte do grupo nominal que se encontra à direita do nome e é seleccionado por ele, podendo desempenhar a função de predicativo do sujeito ou de predicativo do complemento directo." Então o predicativo do sujeito não está integrado no predicado e não é pedido pelo verbo?
R: Obviamente, a definição dada não está correcta, até pela formulação que não consegue destrinçar funções sintácticas básicas de outras de natureza interna. O "complemento do nome" não se confunde com as funções mencionadas. A ter alguma aproximação com elas será sempre num mecanismo de dependência e de expansão / alargamento do núcleo que desempenhe tal função sintáctica (ou seja, enquanto função sintáctica interna):
i) O meu próximo projecto é a construção da ponte.
[no predicado - 'é a construção da ponte' - aparece um predicativo do sujeito - 'a construção da ponte' -, o qual é constituído por um grupo nominal expandido por um complemento de nome: 'da ponte']
ii) A oposição considerou o diploma uma decisão governativa.
[no predicado - "considerou o diploma uma decisão governativa" - surge um complemento directo - "o diploma" - acompanhado de um predicativo do complemento directo - "uma decisão governativa" -, sendo este último constituído por um grupo nominal que contempla um complemento de nome: "governativa"]
O que de mais comum poderá acontecer ao nível dos complementos do nome é a sua abordagem enquanto função de uma sequência de expansão constitutiva dos grupos nominais que desempenham as funções básicas de sujeito ou complemento directo.
Interessará sempre considerar, entretanto, se tal expansão é complemento ou modificador - a este propósito, confronte-se registo anterior.
Trabalhar as funções sintácticas, numa perspectiva oficinal da língua, convoca o recurso a testes de identificação dessas funções, numa estratégia de manipulação, substituição, comparação, contraste (processos de reconhecimento e de crescente consciencialização e explicitação do conhecimento da língua).
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