Não é lá grande coisa, principalmente nos tempos que correm. Já houve melhores dias.
No meu olhar,
sou Fénix em cinza
sem azul no firmamento;
com lua
cercada de noite
e de uma diminuta estrela
que aspira a ser Sol.
Deixá-la brilhar...
Talvez alumie
quem ainda vive
de tanto imaginar.
Em sétimo céu,
Ícaro viu-se perder.
À terra voltou,
depois de o Sol cobiçar.
No calor do fogo,
achou motivo para a queda.
No calor do fogo,
ficou a Fénix queda
(sem fêmea que a chorasse).
Neste meu desencantado olhar,
há íris que embate em nevoeiro;
pupilas sem mestre, em cegueira;
há uma imensa e intensa luz
turvando um mundo
que, de fantasia, se faz do que o ilude...
Não deixa voar
este meu olhar.
Lido o poema de uma amiga, tão feito do azul celeste com que pinta o seu firmamento, entro em diálogo versificado, numa polifonia disfórica... com um outro olhar.
FÉNIX-ÍCARO SEM (G)RITO
No meu olhar,
sou Fénix em cinza
sem azul no firmamento;
com lua
cercada de noite
e de uma diminuta estrela
que aspira a ser Sol.
Deixá-la brilhar...
Talvez alumie
quem ainda vive
de tanto imaginar.
Em sétimo céu,
Ícaro viu-se perder.
À terra voltou,
depois de o Sol cobiçar.
No calor do fogo,
achou motivo para a queda.
No calor do fogo,
ficou a Fénix queda
(sem fêmea que a chorasse).
na liberdade cega,
do ar tombam no mar;
há cinzas que,
sopradas pelo vento,
se dispersam,
se apartam
de um apregoado brotar ...
longe do renascer.
Pobres mitos, em rito por cumprir!
há íris que embate em nevoeiro;
pupilas sem mestre, em cegueira;
há uma imensa e intensa luz
turvando um mundo
que, de fantasia, se faz do que o ilude...
Não deixa voar
este meu olhar.
Gondomar,
20 Abril 2010 (um dia sem história)
Se quem muito alto sobe muito baixo desce, espero que o inverso também se faça verdade, pela esperança de melhores tempos e olhares.
A fénix das cinzas sempre renasce.
ResponderEliminarMesmo que o vento as tenha levado
Não importa onde elas possam ter pousado,
Pois há sempre quem as vá buscar
E, aos poucos, todas consegue juntar.
Assim o mito será cumprido
E o símbolo do renascimento espiritual
Irá cantar ao ouvido
Para se voltar a encantar o olhar
E deixá-lo de novo
VOAR!
Ao meu mestre, que será sempre mestre.
VS
Gondomar, 21 de Abril de 2010
Que cadeia poética está aqui a acontecer!
ResponderEliminarUm poema dá lugar a uns versos; estes, a outros ainda...
Entre descompassos, assonâncias e rimas há sempre o espaço mágico da palavra que comunica, comunga com o sentir.
Obrigado, VS.