sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Quando o tempo refaz alguma das coisas que se perderam

    Nem tudo é remediável; alguma coisa se refaz... com o tempo.

    A propósito da trasladação dos restos mortais de um poeta, voltado à sua pátria. Um dos que estudou Camões e tantos outros marcos da nossa literatura... Ele mesmo a marcou e nela se afirmou como um dos maiores.



ETERNIDADE

Vens a mim
pequeno como um deus,
frágil como a terra,
morto como o amor,
falso como a luz,
e eu recebo-te
para a invenção da minha grandeza,
para rodeio da minha esperança
e pálpebras de astros nus.

Nasceste agora mesmo. Vem comigo.

                                                         22/09/1941
      in Obras de Jorge de Sena - Antologia Poética,
                                            Porto, Edições ASA

Estátua de Jorge de Sena,
da autoria do Mestre Francisco Simões,
no Parque dos Poetas (Oeiras)

    Que o regresso seja a aproximação de Portugal a um dos seus maiores (alguém que sempre se quis e se fez um cidadão do mundo), na pacificação da alma e no reconhecimento público nacional (e merecido) há muito esperado.

Sem comentários:

Enviar um comentário