Em contexto de ameaça da Gripe A, nem a própria língua está livre de ataques virulentos, denunciadores dos descuidos e das interferências que uma oralidade desregulada pode criar na própria escrita.
Ao folhear uma revista de publicação semanal, chamado à atenção pelas "5 medidas para evitar a gripe A na escola", deparo com a terceira das cinco:
Ao folhear uma revista de publicação semanal, chamado à atenção pelas "5 medidas para evitar a gripe A na escola", deparo com a terceira das cinco:
Digitalizado a partir de uma revista semanal, publicada para o período 14-20/09/2009, pág. 71
Esta frequente confusão entre o verbo auxiliar 'ter' e 'estar' é apenas uma gota de água, a ponta de um icebergue, em grande parte submerso e a reclamar o trabalho da oralidade (entre a análise do que seja a sua realização mais informal, económica, despreocupada na sua realização imediata, não planificada, e a que explora produções mais atentas à correcção da língua, numa clara aproximação ao que sejam cuidados que não andam muito longe do que se pretenda para a escrita). Assim acontecesse e os reducionismos fonéticos e/ou silábicos nas palavras (por mais socialmente reconhecidos que sejam nas formas de um verbo 'tar', que não existe, ou na confusão com um verbo 'ter', que não se adequa ao enunciado) seriam evitados num discurso oral mais regulado; talvez desse modo também o escrito beneficiasse de uma maior reflexão e correcção.
Quisera eu saber que medidas seguir na gripe e fiquei-me aquém das intenções; a leitura, ficou a meio... onde não está a virtude.
Quisera eu saber que medidas seguir na gripe e fiquei-me aquém das intenções; a leitura, ficou a meio... onde não está a virtude.
O erro é no " tiver" não é? Confesso que só o notei na segunda leitura, distraído eu, Prof.
ResponderEliminarExactamente.
ResponderEliminarÉ muito comum este erro, em termos de oralidade (quando o verbo 'estar' está mais para 'tar' do que para a forma fónica completa); daqui a ver em 'tar' o verbo 'ter' é um passinho para o mal da língua. E, depois, do oral para a escrita é só mais outro passinho. Os problemas da escrita muitas vezes passam pela transposição descuidada de um registo ou modo para outro.