segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Regresso ao encarnado... com novo azul

     Reconduzo comentário a um esclarecimento anterior. Não é bem questão, mas a abertura ou suspensão das reticências dá sempre espaço a continuar a reflexão.

     Q: Não se diz palavra base, mas sim palavra primitiva...

     R: A designação ‘palavra primitiva’ associa-se à abordagem da gramática tradicional, bem como a uma nomenclatura, datada de 1967, que, entretanto, deu lugar ao Dicionário Terminológico (2008). Neste último encontra-se o termo ‘base’ como constituinte morfológico a partir do qual se formam outras palavras. Pode este constituinte ser configurado por um radical (ex.: velh-), a combinação de um radical com um índice ou uma vogal temática (no caso, índice temático, em ‘velho’) ou, ainda, uma palavra. De qualquer um destes decorrerá a formação de uma nova palavra.
     No caso de palavras que são formadas na sequência de outras que já são, por si, complexas, não faz muito sentido falar de palavras primitivas (ex.: 'esclarecimento', proveniente de 'esclarecer', ou 'encarnado', derivado de 'encarnar').
     Por outro lado, está também em causa uma perspetiva de estudo e de análise da língua: a designação 'palavra primitiva' remete para uma focalização diacrónica; 'base' assente numa perspetiva mais sincrónica.

     Diz o poeta: "Mudam-se os tempos,... "; não sei se muda a vontade...

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