Há práticas docentes que motivam algumas dúvidas; há tipologias de erros que lançam outras mais.
Na base de uma tipologia de erros e na redefinição das áreas linguísticas segundo o Dicionário Terminológico para os Ensinos Básico e Secundário (DT), a questão impõe-se:
Q: O que é um erro morfológico? É o caso da má construção do conjuntivo?
R: À luz da definição do DT, a morfologia é a "Disciplina da linguística que descreve e analisa a estrutura interna das palavras e os processos morfológicos de variação e de formação de palavras". Os erros que possam estar aqui inseridos são os que se relacionam, então, com a palavra e os seus constituintes morfológicos; a morfologia flexional e os processos morfológicos de formação de palavras (derivação, composição).
A título de exemplo, cabem aqui casos de:
. má formação ou deformação na base das palavras (ex.: *gramamática, em vez de gramática; *perca por perda; *interviu, por interveio; *manteu, por manteve; *deia, por dê; * tou, *tamos, *tão, *tava, *teve, *tivemos ou *tiveram, por estou, estamos, estão, estava, esteve, estivemos ou estiveram);
. seleção indevida de afixos (ex.: *aprovamento, no lugar de aprovação; *treinagem, em vez de treino / treinamento; *planeação em detrimento de planeamento; *premiação, para prémio);
. desconhecimento quanto aos constituintes sufixais nos contrastes de género / número (ex.: *profeta no feminino em detrimento de profetisa; *palavras-chaves em vez de palavras-chave; quaisqueres, por quaisquer; *sabião, em vez de sabiam; *tu fizestes, no lugar de tu fizeste; ou *presidenta por presidente);
. desrespeito da integridade da palavra no seio da família de palavras (ex.: *previlégio, por privilégio; *previlegiado, por privilegiado e desprevilegiado, por desprivilegiado);
. desconsideração de especificidades ou irregularidades morfológicas na flexão de tempos e modos (ex.: *cabo, por caibo ou *saiem por saem; *fazerá, em vez de fará ou *trazeria, em vez de traria; *subinde ou *subei, por subi);
. não reconhecimento de estruturas complexas de conjugação e flexão verbal (ex.: futuro e condicional em construções pronominalizadas, como em *faria-se, em vez de far-se-ia; *direi-o, em vez de di-lo-ei).
A título de exemplo, cabem aqui casos de:
. má formação ou deformação na base das palavras (ex.: *gramamática, em vez de gramática; *perca por perda; *interviu, por interveio; *manteu, por manteve; *deia, por dê; * tou, *tamos, *tão, *tava, *teve, *tivemos ou *tiveram, por estou, estamos, estão, estava, esteve, estivemos ou estiveram);
. seleção indevida de afixos (ex.: *aprovamento, no lugar de aprovação; *treinagem, em vez de treino / treinamento; *planeação em detrimento de planeamento; *premiação, para prémio);
. desconhecimento quanto aos constituintes sufixais nos contrastes de género / número (ex.: *profeta no feminino em detrimento de profetisa; *palavras-chaves em vez de palavras-chave; quaisqueres, por quaisquer; *sabião, em vez de sabiam; *tu fizestes, no lugar de tu fizeste; ou *presidenta por presidente);
. desrespeito da integridade da palavra no seio da família de palavras (ex.: *previlégio, por privilégio; *previlegiado, por privilegiado e desprevilegiado, por desprivilegiado);
. desconsideração de especificidades ou irregularidades morfológicas na flexão de tempos e modos (ex.: *cabo, por caibo ou *saiem por saem; *fazerá, em vez de fará ou *trazeria, em vez de traria; *subinde ou *subei, por subi);
. não reconhecimento de estruturas complexas de conjugação e flexão verbal (ex.: futuro e condicional em construções pronominalizadas, como em *faria-se, em vez de far-se-ia; *direi-o, em vez de di-lo-ei).
Naturalmente, há casos que remetem para múltiplos focos de abordagem, no que toca às áreas ou disciplinas implicadas na análise do erro. Por exemplo, os já mencionados '*sabião / sabiam' ou '*previlégio / privilégio' andam a par de questões ortográficas e de deturpações fonéticas, tal como os casos de flexão morfológica se conjugam necessariamente com o domínio da sintaxe (ex.: colocação do pronome na conjugação pronominalizada; flexão em número e flexão / variação em género na construção de coesão frásica, entre outros).
No que toca ao conjuntivo, convém sublinhar que este pode apresentar-se como um caso crítico e relacionar-se com a morfologia no já referido exemplo '*deia / dê'; também pode associar-se a problemas de ordem ortográfica, sintáctica e /ou fonológica (ex.: ganhe-mos / ganhemos, faça-mos / façamos).
Daí a pertinência de plataformas com outros domínios ou outras disciplinas a bem da análise/ocorrência de certos erros (ex.: disse-mos / dissemos e poder / puder motivam falhas com implicações em termos morfofonológicos e morfossintácticos).
No que toca ao conjuntivo, convém sublinhar que este pode apresentar-se como um caso crítico e relacionar-se com a morfologia no já referido exemplo '*deia / dê'; também pode associar-se a problemas de ordem ortográfica, sintáctica e /ou fonológica (ex.: ganhe-mos / ganhemos, faça-mos / façamos).
Daí a pertinência de plataformas com outros domínios ou outras disciplinas a bem da análise/ocorrência de certos erros (ex.: disse-mos / dissemos e poder / puder motivam falhas com implicações em termos morfofonológicos e morfossintácticos).
É por esta e outras questões que sou a favor de plataformas de entendimento, de negociação e de moderação (nomeadamente na Linguística e na rede de entendimentos, de perspectivas, bem como de contributos das suas áreas ou domínios de estudo, sempre que tal se revele proveitoso em termos didácticos).
Muito útil. Obrigada!
ResponderEliminarMuito obrigado pela mensagem, Sofia.
ResponderEliminarCumprimentos e a maior das felicidades.