terça-feira, 27 de outubro de 2009

Entre inspiração e citação...

      Pediram-me uma ideia no meio de um tema de conversa: Quem sou eu?... Mote nascido para um texto.


EM PESSOA

Quando me encontrarem
não sou eu, sou o que finjo.

Se me virem a chorar
é porque a alegria transbordou.

Encontrem neste meu bem-estar
a máscara para uma dor que teima em ficar.

A rir mascaro o cansaço,
a ausência, a minha entrega ao nada...

Neste palco da vida,
entre os dramas de gente,
a comédia de costumes
e as tragédias dos tempos,
perco a graça pelo enleio mundano.

Busco essa ideia luzente...

Tenho-a do passado que se degastou;
procuro-a no presente que se multiplica;
quero-a com futuro... Avivará?

Quando me encontrarem
- quem sabe? um dia... oxalá!-,
não sou eu... e não minto.

Aos amigos da ESG
Gondomar
VO

       Num dia em que alguns alunos declamaram poemas sobre a adolescência (enquanto mudança, enquanto paixão, enquanto conflito e contradição), ficou a vontade dos versos, nesse jogo pessoano do "Dizem que finjo ou minto".

2 comentários:

  1. Gostava que fosse meu... este "Em Pessoa"!
    E penso que não estou só nesta minha intrometida "dor de cotovelo"!

    Porque, eterna adolescente, aqui me (re)vejo, felizmente, ainda... reluzente!


    Um muito obrigada!
    bjs
    IA

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  2. Os amigos nunca se "intrometem". Alimentam palavras e actos. Ainda bem que existem.
    Muito obrigado eu!
    VO

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