Que me perdoem os que constatam como ando viciado nas correcções... Depois de uma primeira referência, registe-se que não há uma sem duas...
Isto tudo num só prospecto cuja utilidade é inquestionável (fora ele bem feito):
Ando a informar-me e a tentar prevenir-me de ser contagiado pelo vírus da gripe A, mas lá que os meus olhos lêem o que não deve ser lido é um facto.
Um exemplo (ao tentar saber "Como se Transmite"):
Das poucas regras que existem como definitivas em termos de utilização de vírgula, uma delas é a que assume que uma só vírgula nunca pode separar o sujeito do predicado (primeira incorrecta: a que separa "Uma pessoa saudável" de "pode inadvertidamente contaminar as suas mãos"); outra é aquela que impede separar, no complexo verbal, o verbo auxiliar do principal (segunda incorrecta: a que separa "pode" de "contaminar"). Caso para dizer que as vírgulas quase que poderiam ter aparecido noutros locais, excepto nos assinalados.
Outro exemplo (ao tentar saber "O que é?"):
Reincidência no erro: separar o sujeito ("O vírus da Gripe A que surgiu recentemente") do predicado ("é um novo subtipo de vírus da gripe,...") por uma só vírgula. Se ainda houvesse duas, sempre se entenderia o encaixe de uma subordinada relativa não restritiva (o que até deveria acontecer). Assim...
Mais um (pois não há dois sem três):
Numa realização do verbo 'ocorrer' que aponta para uma estrutura argumental a seleccionar um segmento associado ao tempo / ao espaço da ocorrência, diga-se que é pouco natural a separação de 'ocorre' do segmento 'antes do aparecimento dos sintomas' (referência temporal); a coordenação das duas referências temporais ('antes do aparecimento dos sintomas' e 'até sete dias após o início dos mesmos') é também interrompida por uma vírgula inusitada que, inclusivamente, separa uma só noção temporal designada como 'até sete dias após o início dos mesmos [sintomas]'. O mais correcto seria considerar apenas a existência de um encaixe na frase: o do advérbio 'ainda' (que deveria ser apresentado com uma vírgula antes e outra depois).
Esta virgulação anda pelas ruas da amargura (deve ser o resultado de quem aprendeu que se coloca vírgula onde se faz uma pausa...!!). O problema é mais grave quando, por dificuldades respiratórias, se fazem pausas onde elas não devem existir no escrito.
Depois, claro, despistado que ando (ao corrigir o que leio), nunca chego a saber o que é necessário para me prevenir da Gripe A. Assim não dá. Caso para dizer que, perante este meu vício, há muitos que se põem a jeito.
Óptimo post, até vou levar para a formação de... professores. (Ontem, um formador professor de Português, pedia na Moodle aos seus formandos que lhe «submetessem» as respostas. Eu não me submeto a isto!)
ResponderEliminarEstes são os semeadores de vírgulas...