Há dias que nunca deveriam estar marcados no calendário: aqueles que, só por ironia, dão normalmente lugar à constatação da vida.
Ceifada a seiva que nos prende à vida,
Sobressalta a dor, perde o mundo a cor;
Esconde-se o sol num céu feito de nuvem;
Corre uma lágrima a rugar o rosto;
Há desamparo numa voz que grita;
Lê-se o silêncio perante o horror.
Pais e mães, por mais que chorem, enlutem,
Padecem de um sufocante desgosto.
Perder um filho: não ter o encosto
Para uma idade a lembrar o sol posto…
Apaga-se a luz,… infância ferida;
Estrada sem saída, alma perdida.
Possa o inoportuno fim dar
Tempo e doce lembrança ao verbo amar.
Gondomar, Maio 2009
Para todas as pétalas que não possam ser flor, por lhes faltar o que as faça ser corola.
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