quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Pensamento clássico

     Nas minhas incursões por João de Barros (Gramática da Língua Portuguesa, de 1540… sim… no século XVI!!!), muito se aprende.
       
      E, assim, encontrei um pensamento tão bem traduzido em palavras… É um clássico, no sentido cronológico e cultural do termo.


     Com conhecimentos de mundo deste tipo, há gramáticos que fazem a diferença, tanto na língua como na realidade de que com ela falam.

      Que diria João de Barros se vivesse nestes nossos tempos?
     (Qualquer semelhança com a actualidade não é mera, pura ou simples ficção).


sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

2º Encontro de Linguística de Gondomar

     Mais uma iniciativa da Oficina da Língua e do Departamento de Línguas Românicas, da Escola Secundária de Gondomar. 
   
    A convite da Dolores Garrido, da Glória Poças e da Idalina Ferreira, preparei uma comunicação alusiva ao tema das histórias e da arte de as (re)contar: Com versões narrativas.
  No auditório da Biblioteca Municipal de Gondomar, numa sala cheia de professores e de alunos, participei numa mesa de comunicações, onde estiveram presentes mais duas amigas - a Ana Catarino e a Isaura Afonseca - para dar conta dos muitos sentidos da linguagem que nos une e sempre "À volta das histórias".
      Falou-se do Conde de D. Pedro, de Alexandre Herculano, de Fernanda Frazão, das (não) fronteiras na linguagem de Miguel Torga e de todos os escritores que fazem viver a língua aos nossos olhos e aos nossos ouvidos.

    Voltei a lembrar a minha "Dama Pé-de-Cabra", que há já cerca de catorze anos tinha ficado por uma prateleira do escritório.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Poema a alguém...

     Há um ano, uma aluna escrevia-me um poema e, num relatório de aula, para evitar a repetição de 'professor', chamava-me mestre da Língua Portuguesa. Eu ria-me, e ela olhava para mim como se não tivesse sido dito nada de cómico.

Orfeu Perdendo Eurídice para o Hades,
de G. Kratzenstein (1793-1860)
Pintura sobre tela
DA OBRA FEITA PESSOA

Pudesse eu ser o que em mim vês
e sentir-me-ia feliz por, neste mundo,
trazer à luz o que Orfeu não conseguiu salvar...

A Eurídice e à poesia dá
esse sentido imaculado e profundo,
essas palavras feitas de cor e alma,
esses sons de céu e mar.

Então, um lume sem fogo
dará voz ao verso, foz ao rio, nós ao ego...
reencontrado e reconhecido
por haver sempre um

TU.
(À VS)
Espinho, 15 de Fevereiro de 2008
VO

      Ser professor, às vezes, tem destas coisas: verem-nos e dizerem-nos o que nós não achamos ser.