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sábado, 8 de fevereiro de 2025

Action! Take 59.

     Foi cá um filme...
    
     Com família, amigos, risadas, comida e bebida, muitas memórias (e, claro, muita escola, como não podia deixar de ser).

   Nem ao 59 take aprendo! Já devia ter juízo (Foto VO)

Com eles vivo, fico e estarei. Obrigado, "amigos ilustres" (Foto VO)

   Foi muito bom ver que a mesa, apesar de grande, não chegava para os sentar. O que vale é que há muito espaço para os acolher. No coração, inclusive.
     Não foi em Hollywood, mas foi "holly" sem "wood".
    Chegou a hora da claquete, do fogo que não foi de artifício, da distribuição dos "comes sem bebes" pelos tupperwares, dos sacos e dos telemóveis que ficavam pelo caminho.
     Foi a um sábado, mas não "Saturday Night Fever"; mais um "Saturday Friendship Party".

   Lá se chegou ao último ano do cinquentão. No próximo, se lá chegar, vou dizer a mim mesmo "se(s)SENTA", que já fizeste muito.

sábado, 20 de fevereiro de 2021

O que se passou ontem?

      Estou pasmo (melhor... tenho estado)! Conjugaram-se para me animar! 😉

     Tudo começou ontem de manhã, quando uma mensagem me anunciava um apontamento apreciativo acerca deste blogue. A partir daí, têm aparecido comentários que ainda mais me fazem pasmar:

Registos a apreço a uma "carruagem" que não sai do sítio
(com agradecimento à LDL e a todos os que a acompanha[ra]m na apreciação)

    Primeiro de tudo, agradecer a quem começou o reconhecimento; depois, àqueles que aderiram ao apreço. 
    Por fim, assumir que este meu agradecimento tem também a ver com o espírito de partilha, de aproximação pessoal e de identidade profissional com muitos que aqui "viajam". Há uma teoria psicossociológica que assume que a nossa identidade se constrói conforme os olhos daqueles que nos veem. Felizmente, ainda há quem me veja com bons olhos, para continuar essa construção de mim, também dada aos outros. (Pena eu ser só um para tantos)!
       Nestes tempos, esta é (também) uma forma de estarmos "juntos".

      Que esta seja a "carruagem" que "Faz da palavra a flor, do ato o fruto", sempre a saciar "os que aspiram a mais do que este mundo oferece: realidade em demasia e luz de fantasia". Entre a realidade (demasiada) e a fantasia (por vezes excessivamente iluminada), há muitos pontos de encontro a explorar.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

Vícios...

        Começa-se bem cedo!

        É o que dá para concluir com o seguinte filme:

Assim começam os vícios (vídeo colhido do Facebook)

        Ao que gosto de café, deve ter sido esta a cara mostrada quando se falava de café, mesmo quando se pudesse oferecer uva (que não sei se ficaria apenas pela fruta, com o avançar da idade)!
     Caso para dizer que "De pequenino se torce o pepino" (e não tem nada a ver com prática de agricultor que cultiva os pepinos e precisa de lhe dar a melhor forma, retirando uns "olhinhos" para que eles se desenvolvam e ganhem bom sabor). Que o diga a criança tão interessada num "pouquinho" de café.

         A bem do consumo do dito (logo eu, que até já tive alunos simpaticamente a trazerem-me um à sala de aula - para não falar da prenda de uma bela chávena de café). Do melhor!

quarta-feira, 12 de agosto de 2020

Coisas do oral (ou de homofonias nos discursos)

      Porque nem sempre o que se diz é o imediatamente entendido.

     Aquele momento em que o enfermeiro pergunta quando aconteceu a última refeição e, com a minha resposta, ele põe aquele ar de quem começa a fazer contas.
    O momento do diálogo aconteceu cerca das 9 horas da manhã. Respondi que tinha bebido o último copo de água à hora e meia da manhã. O olhar e o ato de registo parados eram a razão do cálculo a processar-se: "Ora... seis, sete horas, certo? Foi quando bebeu."
   Nego, mas insisto: "À hora e meia, mesmo. A partir daí não ingeri mais nada".
    Veio, então, o "Ah! Ótimo. Foi à hora e meia do relógio".
    Confirmei. Agora, sim, o tempo certo! Não tinha bebido água há hora e meia, mas sim à hora e meia
   Entre a expressão de duração / intervalo de tempo e a da hora precisa do relógio, a diferença é substancial. Que o digam o enfermeiro e a anestesista, mais o paciente; na oralidade, a distinção não se faz. 

     Valha a ortografia para marcar diferenças semânticas e sentidos pragmáticos que viabilizem uma intervenção cirúrgica. Um dia para a história (não da linguística, mas da pessoa operada).

quinta-feira, 4 de junho de 2020

Em 'Desafios'

       Formulado o convite, não podia dizer que não. A consideração por quem convida é mais forte.

      Solicitado um texto para fazer parte de uma publicação-conjunta online de vários autores (dirigida pela Faculdade de Educação e Psicologia da Universidade Católica Portuguesa - Porto), resultou o processo de escrita numa extensão considerada mais válida para uma publicação autónoma.    
      Honrado o compromisso, maior foi a honra por ter sido conduzida a publicitação do artigo para um caderno intitulado Desafios - Cadernos de Trans_Formação (número 29). O mote era: como se tece a ação pedagógica em tempos de COVID 19; eu glosei os "(Des)encontros e (re)aprendizagens (à distância de um clique, com toque humano)".

Um artigo disponível para leitura em

      Melhor ainda foi ver o meu contributo antecedido de um editorial com as palavras generosas do Professor Matias Alves, contextualizando, destacando pontos fulcrais da minha reflexão, citando algumas das minhas palavras, reconhecendo-lhes qualidade(s).
   Entre muitas respostas, surgiram algumas perguntas; e, no fundo, procurei reafirmar o sentido nevralgicamente pedagógico de uma situação, preferindo ver nas dificuldades oportunidades; procurando manter jovens na "rede" do trabalho, do estudo, do compromisso para que a vida apela.
     Contei ainda com a solidariedade e colaboração de alguns dos meus alunos, que se podem rever na(s) ação(ões) em que participa(ra)m. Pela cumplicidade e pela aceitação do trabalho (trabalho e mais trabalho), também muito lhes agradeço.

       Pela consideração mútua, pelo trabalho que desenvolvemos juntos e pelas identidades que fomos e vamos construindo, restam-me a gratidão e o reconhecimento pela aposta feita. Obrigado, Matias Alves.

segunda-feira, 13 de abril de 2020

História de um agente entre a gente

     Em tempos de confinamento, nem sempre as paredes aguentam comigo.

    Poupo-as, por uns instantes, ora dando uma caminhada no meio de ninguém (e em horas de pouco movimento) ora indo de carro ver o mar. Estaciono, mantenho-me dentro, fazendo dele uma casa móvel e abrindo os vidros para um mundo maior. Leio ou trabalho; vou vendo o mar, contemplando algumas gaivotas passageiras, observando nuvens deslizantes a acinzentar o céu ou o torná-lo aqui e além manchado de flocos cotonosos.
    Por vezes, passa um camião carregando um painel publicitário, no qual se lê o convite para todos ficarem em casa, a bem de muitos. Um altifalante complementa a mensagem estampada no painel: "Fique em casa. É tempo de confinamento, por causa do Covid-19. Fique em casa, pela sua saúde e pela de todos". Compassadamente, circulam ainda agentes policiais, a pé ou de carro, dissuadindo aqueles que pretendem chegar ao areal interdito ou correr pelos passadiços bloqueados, fitados com uma cruz impeditiva de circulação. Mesmo os que, como eu, estão fechados no habitáculo do automóvel não estão livres de abordagem persuasiva da autoridade.
    Aconteceu-me hoje que, estando a trabalhar com o computador, fui abeirado, com o distanciamento social devido, por um agente que, simpaticamente, me perguntou se estava tudo bem e se pretendia ficar naquele local (aprazível) por muito tempo. Pelo suspiro que soltei e pelo meu ar de desagrado, de saturação face à previsível sugestão de voltar para as minhas paredes, o polícia apercebeu-se da minha necessidade de respirar outros ares e, com toda a compreensão, justificou a sua atuação: sensibilizar para os cuidados a ter e para evitar que muita gente se concentrasse junto ao mar (evitando os ajuntamentos críticos). Agradeci a atitude e o serviço que estava a ser cumprido. E talvez por isso, de seguida, veio a concessão: assim que concluísse o trabalho e fizesse uma possível caminhada solitária, solicitava o recolhimento a casa. Voltei a agradecer, pelo cuidado e pela compreensão, ao que assentiu que tínhamos ambos de ser compreensivos e reconhecidos nas palavras e nos bons atos.
     Apreciei bastante a postura e o exercício compassivo da autoridade. Solicitei apenas uns minutos mais. Respondeu que não havia problema, desde que não infringisse as interdições visíveis a todos na praia. Sosseguei-o quanto a isso, pois não pretendia sair da "minha concha". Disse-me, então, para eu estar à vontade e, por fim, acrescentou que "Se todos cumprirmos, quando contermos o vírus, vamos poder mais rapidamente aproveitar a vida em conjunto". A ideia era perfeita, mas o "contermos"...
    O futuro do conjuntivo do verbo 'conter', na primeira pessoa do plural, é 'contivermos', senhor agente - isto foi o que pensei; o que gostava de ter dito. No entanto, achei por bem fazer igualmente uma concessão. Valorizei mais a atitude do que a correção do discurso. Eu podia ter concordado, repetindo a mensagem com a forma correta, como normalmente o faço em situações análogas ("Sim, se CONTIVERMOS o vírus, vamos todos ser mais felizes"). Não o fiz, porém, atendendo à qualidade da interação, na qual uma falha gramatical não comprometeu o interesse nem o foco da comunicação.

       Lá diz o provérbio que "No melhor pano cai a nódoa" - acidentes que acontecem a todos os que também usam "boas palavras" (mesmo que estas não sejam as gramaticalmente mais corretas).

terça-feira, 7 de abril de 2020

A praia, o mar, o céu, o sol... e um farol

      Um dia de sol espreita entre os que foram de chuva.

      Não há vírus que me prenda em casa. Confinado, sim, mas com rasgos de recusa e de liberdade. 
    A caminhada fez-se e foi marulhada. Os tempos são críticos; graves, agudos, alguns dirão, para uma sobrevivência que muitas centenas humanas já não conseguirão.
     A Aguda oferece aos fugazes visitantes um quadro marinho em movimento, com alguns batéis estacionados na praia; outros vogando nas ondas que invadem a orla, o areal, numa baía sem sossego. Um ou outro pescador mantém-se ao largo, assistindo impotente ao espetáculo hercúleo que a natureza lhe dá a ver.
       Um farol permanece no limite de um paredão (nome tão aumentado para força tão mais superior) continuamente banhado. De vez em quando, parece que sobre este circula um comboio a vapor, correndo, a fumo branco.

Pedaço de dia temperado de sol e de sal (Vídeo VO)

       Não há locomotiva, rodas ou carris. Apenas água a espelhar o céu e um ribombar forte que deixa sentir a pequenez de tudo diante da força do mar. Até aquela torre de luz apagada se sente minúscula, ameaçada e desorientada, sempre que a vaga surge, embate na barreira e termina num foguetear de névoa alva, salinadamente difusa, erguida ao céu, até ao salpicar e remolhar das pedras. 

       Tempo de maresia e de uma energia inspiradoras, incompatíveis, na força e na beleza, com a lembrança de um desgraçado vírus. Regresso a casa e revejo um momento que tempera a vida.

sábado, 8 de fevereiro de 2020

Mais um...

      O dia teve direito a dedicatória de música, a foto inspiradora e outras coisinhas boas mais.

      Para além do mais importante (em família), das múltiplas mensagens de amigos, de colegas, de conhecidos, umas últimas surpresas fizeram-se de música e imagem.
     Dedicaram-me a "Barcarolle", composição romântica de Jacques Offenbach. Também designada como a "Belle nuit, oh nuit d'amour", na ópera "Os contos d'Hoffman", havia já sido estreada numa outra ("Les fées du Rhin") neste dia e mês, em Viena, corria o ano de 1864:

Registo musical de "Barcarolle", de Offenbach (finais do século XIX)

      Ouvia-a toda, em versão apenas musicada, e, depois, numa outra já vozeada pelo canto lírico (com os agradecimentos à ARS e à CF):

Versão, em canto lírico, de "Barcarolle" - de Jacques Offenbach

      Veio depois a imagem, que é a minha cara: um espaço natural com porta aberta para o mar e para o horizonte (com agradecimento à MCA):

Uma porta para o mar e novos horizontes (imagem sugerida pela MCA)

     Vieram, então algumas linhas. Com a porta aberta para o mar, vou olhar e abraçar novos horizontes, projetar futuro, fazer do azul cor de destino(s), sempre na expectativa de as verdes heras me prenderem a memórias de outras eras, etapas de vida já passadas.

      E depois disto, a prenda do Futebol Clube do Porto (FCP) com a vitória sobre o Sport Lisboa e Benfica (SLB) - até parece que sou ferrenho adepto do futebol! Não o sendo, sabe sempre bem quando o resultado nos sai risonho.

sábado, 18 de janeiro de 2020

Nós contigo

       Hoje, o pensamento deu em versos.

       Assim se quer. Assim se sente. E tudo o mais é o que a vida faz.

Resiste,
Persiste.

É bom ver-te


Rir das nossas graças,
Apesar da dor, do desânimo
Gravados no teu pensamento.

Persiste.
Resiste,

O que vivemos
É para lembrar contigo,
Hoje, amanhã e ainda depois…
A todo o tempo, aqui, ali e longe.

Resiste,
Persiste.

Temos-te agora,
Queremos-te mais tarde,
Para que todos vejamos futuro
A cada passo por ti vivido, sobrevivido.

Persiste,
Resiste.

Dás-nos a graça,
A alegria de te rever;
De te sentir ainda feliz, agora
Ou no reencontro prestes a acontecer.
Resiste,
Persiste.

Vemo-nos em ti,
Nessa luta diária, sempre
À procura da vontade, da saída
Para os árduos (des)caminhos da vida.

Persiste,
Resiste.        


       Assim o queiras. Assim o sintas. E tudo o mais é o que a vida te der.

       Assim vamos, a cada dia vivido. Todos.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

Receita da barcarola

     Não é peça musical nem subgénero poético.

     É mais uma peça de "artista". Compra-se a base e, depois, decora-se a gosto:

Uma barcarola personalizada (Foto VO)

     Aplica-se uns búzios e umas conchas, escolhe-se uma fotografia (personalizada ou tirada pelo próprio) de temática afim e está pronto - uma obra que, não sendo completamente de artista, resulta num adorno com mais significado do que a da venda original.

     Pendura-se na divisão da casa que mais aprouver e fica a sugestão para viajar à roda dessa divisão, em barcarola com algum toque mais personalizado.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

Quando o tempo para

      Não será propriamente o tempo, mas o aparelho que o mede.

     Muitos foram já os usados, dos mais naturais (o sol, a água) aos mais construídos (o relógio de pulso e o digital, por exemplo). Polémicas são algumas ideias associadas à contagem do tempo; e, no que à educação diz respeito, a falta dele está a ser uma constante.
      Por isso, quando o relógio não funciona é como se o tempo parasse. Assim parece. Porém, este continua a correr. Percecionamo-lo nas mudanças que a natureza nos dá, na memória que se vai construindo, nas tecnologias que tornam tudo cada vez mais rápido (a ponto de a lembrança, o passado não ser frequentemente revisitado), na respiração que se prolonga, nos silêncios que perduram, nos ritmos e cadências de contínuas progressões sonoras, na sequência de instantes que progridem em intervalos mais ou menos alargados, no pensamento que flui num sentido completo (princípio-meio-fim), na consciência de vivências mais ou menos duradouras.
       Fica, então, o objeto sem a funcionalidade da medição do tempo. E, se para isso não serve, dê-se-lhe novo uso (novo na função e para um tempo outro, diferente):

 Era uma vez um relógio I (Foto VO)




















Era uma vez um relógio II (Foto VO)

     Os relógios deixaram de medir o tempo, mas, com tempo, passaram a ter um outro registo e função, mais decorativos, menos úteis para o tempo cronológico, mas talvez para sentir um outro mais psicológico. Uma outra experiência do tempo.

       Agora que a pausa se aproxima do fim, quis fazer uma ilusória tentativa de colocar o tempo nos gonzos (um pouco como no drama shakespeariano, mais precisamente no Hamlet, quando se constata que "O tempo saiu dos gonzos: Que maldição / que me deu ter por missão reordená-lo!").

domingo, 22 de dezembro de 2019

É a minha cara!

      Assim mo disseram quando me deram um postal lindo, chegado de Londres.

    Numa troca de prendas de um Natal antecipado, mas cheiiiiinho de afetos, foi-me ofertado um postal lindo. Vai passar a figurar à entrada do meu escritório: um local de trabalho que não anda longe do representado:
     
Um postal que chegou direitinho vindo de Londres, por mãos amigas (DG)

     Bem que precisava de dar uma profunda limpeza ao espaço, tal como se dá a ver na imagem. Ah, se eu tivesse um espanador igual! Livros, prateleiras (muitas) e escadote tenho eu. 
      À entrada fica a imagem de Roger la Borde, intitulada "The Book Collector".
      
       Com o agradecimento à DG, pela lembrança. É mesmo a minha cara!

domingo, 14 de abril de 2019

Um roteiro com sinais de tragédia

         O dia de hoje trouxe à consciência o sofrimento de há quase oitenta anos.

       O percurso pela Cracóvia da diáspora judaica é um misto de emoções: o da satisfação de uma viagem em boa companhia; o da mágoa de encontrar sinais de um tempo feito de sofrimento de um povo e do imperialismo perverso e antissemita de um outro.

 
Roteiro pelo bairro de Kazimierz - Cracóvia (Vídeo e fotos VO)

         É a oportunidade de calcorrear cenários hollywoodianos (A Lista de Schindler teve neste espaço algumas gravações, nomeadamente nas cenas dos judeus a deixarem as suas casas e a serem concentrados neste bairro medieval), entretanto refeitos com as marcas das memórias e dos restauros, a procurar recuperar de um passado terrível vivenciado no século passado.
       Kazimierz foi constituída no século XIV pelo rei Casimiro III da Polónia (Kazimierz Wielki), tendo-se tornado um local onde os judeus se estabeleceram ao longo de vários séculos em sã convivência com os polacos. Aí se podiam encontrar pontos comerciais, casas e sinagogas para uma população judaica que chegou a atingir 80 mil habitantes, um terço do total da área urbana. Com a invasão nazi, o número acabaria por ser substancialmente reduzido, largo que ficou no das vítimas dos campos de concentração.
       Atualmente, a recuperação do local tem atraído polacos e judeus, como que numa retoma do ambiente anterior à invasão alemã.

         Cracóvia, na sua beleza, tem a densidade e o peso de uma história triste para a Humanidade.
        

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Publicação com mais de dez anos

     Retomo-a, por vezes, mas hoje revi-a no Facebook.

   Já lá vão mais de dez anos. No tempo, e em coautoria com quem também dava contributos significativos para a área da educação, esta publicação surgia como conjunto de sugestões orientado para o que eram as "aulas de substituição". Mais do que cem guiões destinados a dar algum sentido a uma dinâmica que também se podia cruzar com as áreas da Formação Cívica, do Estudo Acompanhado ou na complementaridade com atividades letivas.
     Lia-se, na "Introdução", que 

   "Desde o ano lectivo 2005-2006, o tempo escolar transformou-se num dos principais problemas que os professores têm de enfrentar. Todos passam entre 24 e 30 horas semanais na escola. Todos realizam actividades para as quais não tiveram condições de se preparar. Todos (ou quase todos) são obrigados a ocupar os alunos na ausência prevista ou imprevista de um professor. Mas não é só uma maior permanência forçada na escola. É também uma intensificação e complexificação desse tempo. Ser imprevistamente obrigado a ir dar uma aula de substituição a uma turma que não se conhece, de uma disciplina que não se domina; ou mesmo cumprir um plano de aula que um colega deixou no conselho executivo; ou ocupar um grupo mais ou menos numeroso de alunos em diferentes contextos são actividades de enorme pressão psicológica, de grande desgaste, nalguns casos até de grande sofrimento.
       O professor tende hoje a ser tratado como um faz-tudo, a ser obrigado a ensinar, a estimular e a socializar - ao fim e ao cabo as três funções verdadeiramente profissionais. Mas, para além da missão profissional, é empurrado para ser tomador de conta, guardador de crianças e jovens, para fazer o papel de auxiliar da acção educativa, de contínuo, de vigilante e de prefeito. Para fazer face a este problema plurifacetado, as escolas foram procurando e encontrando soluções diversas: a nível da organização escolar (estimulando e organizando permutas docentes dentro do mesmo conselho de turma, à semelhança do que sempre se fez no ensino profissional; distribuindo a turma por vários professores, que trabalham com pequenos grupos em diferentes locais ... ); a nível departamental (organizando um sistema de disponibilização de substituições entre os professores do mesmo departamento, disponibilizando baterias de fichas e actividades por níveis de ensino e por competências-chave); a nível individual (tendo sempre à mão vários planos de aula transversais, passíveis de serem executados em qualquer contexto educativo ).
       Mas qualquer que seja o esquema organizacional, é sempre necessário o recurso a conteúdos e estratégias com intuito pedagógico. A conteúdos que dêem sentido à acção que os alunos e os professores vão realizar. A conteúdos e actividades que possam interessar os alunos e que possam fazer deste difícil tempo de encontro forçado factor de satisfação comum. 
      E é neste contexto que surge este livro-ficheiro. Um banco de recursos da mais variada espécie e natureza, em suporte papel e em suporte digital, que será, estamos certos, um auxiliar valiosíssimo para todas as actividades de substituição.
      Acreditamos que esta publicação vai assim ao encontro de uma necessidade premente. E vai, com a inteligência e a sensibilidade dos professores, ser um instrumento ao serviço das aprendizagens dos alunos e da gratificação profissional.
      São estas as nossas convicções e os nossos votos."

     Trago o texto citado da obra em questão; trago a revisitação do Facebook e do blogue do Professor Matias Alves (um dos coautores) - Terrear.
      Pelo índice da publicação, há atividades para muitos gostos e múltiplas funcionalidades: treino da atenção, abordagem da escrita, escrita criativa, indução e gestão de conflitos, observação e visionamento, narração de histórias maravilhosas para encanto e aprendizagem. Assim se pensava e construía o trabalho para alunos do ensino básico e do secundário - cenários ensaiados, testados, implementados. Experiências práticas efetiva(da)s.
      Parece que querem usar a obra em Timor, aplicando algumas das sugestões / propostas.

    Muitas das ideias permanecem válidas, para uma publicação que, hoje, podia ser intitulada Aulas de implicação e construção de aprendizagens. Obra feita!

sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Palavras a Lúcia - de luz a uma forma de ver os dias

        Em trinta e dois apontamentos de vida,  se (re)descobre uma mulher.

    Numa dedicatória manuscrita, lê-se que a obra é feita de "páginas femininas". É um dado categórico, ainda que não seja facto menor o de nelas também figurarem homens que, em múltiplas vertentes, mostram formas de estar e de viver bem para lá do que seja ser-se masculino ou feminino, Acima de tudo, encontra-se o ser humano na sobrevivência e na felicidade do(s) tempo(s).
     A Drª. Lúcia carrega no nome a luminosidade, a lucidez, a “luz” de ver as coisas que nem sempre lhe são fáceis, mas com o sentido que a experiência de vida lhe trouxe (pelo vivido, pelo lido, pelo escutado, pelo visionado, pelo sonhado). A sua condição de "quase cinquentona", ao ano de 2015 (o dos registos do diário), conjuga-se com esse papel que cumpre e partilha na relação "íntima deste teclado" (pág. 95), como se as páginas folheadas pelo leitor fossem mais visionadas no monitor de um portátil do que tateada na gramagem das folhas. Mais sobressai a partilha da sua visão do mundo tão afim a todos os que se deixam pautar pela sensibilidade e pelo gosto de fazer da/na vida o que ela tem de bom (mesmo quando esta nem sempre o dá).
     Entre janeiro e abril, a escrita acontece. Lúcia foi escrevinhando, diarinhando, na sequência de alguns dias ou na suspensão de outros; entrecortando, segundo a vontade ou o tempo liberto da fatalidade da rotina. Aspetualmente marcado ora pela duração ora pela iteração, o ato de escrever é encarado como "o melhor modo de fazer as pazes comigo, de tentar descobrir o que há que me faz sair daquele mim que julgo ser eu para aquele mim anestesiado para o que vai no mundo" (pág. 11).
     9 semanas surgem contempladas, no terço inicial de um ano, com os ingredientes de surpresa, sedução e suspense, mas também os de recordações (da infância e adolescência), de algumas rotinas (as do trabalho) e regressos (às origens, a Moncorvo). Há amor e dor, há cómico e seriedade reflexiva, há apontamentos ensaísticos, há perceções da arte (cinéfila, literária) e da vida (real, imaginada), há dúvidas e curiosidades que vão sendo resolvidas, satisfeitas à medida que as interações se fazem, principalmente, com o senhor Antunes, a dona Maria do Carmo. Há perdas: umas definitivas, outras por resolver - o tempo e a vida dirão se haverá lugar para tal.
       A diferença entre estar sozinho e viver só é também explorada nas páginas deste diário, ainda que a orquídea (uma das"meninas vestidas de lilás") permita, tal como o ato de escrita, "tentar remendar o dia, atar pontas soltas" e tornar o dia(mais) feliz. A Perpetuazinha fica; nos cuidados de Lúcia ou do senhor Antunes, está lá na narrativa para não só combater a solidão mais do que septuagenária como também tornar o dia "Solitariamente feliz" (pág. 57).
      Apreciei o texto pelo discurso tanto literário quanto natural; pelo veio investigativo e detetivesco introduzido e aplicado a um ponto narrativo que alimenta a curiosidade leitora; pelas lembranças e pelo cruzamento de referências musicais, fílmicas, literárias tão geracionais como familiares; também pelos valores e pela visão de mundo da Drª. Lúcia; por fim, mas não menos importante, também por esta última ser do "FêQuêPê" (a ficção é mesmo uma boa alternativa à realidade)!
      Cerca de cem páginas (faltam cinco) que se leem muito bem e, passo a citar, "gerundivamente":

Numa página de Facebook, datada de 23 de dezembro

      Obrigado, Maria Clara Miguel ("também e sempre Zá").
   
    Ao fim da leitura da obra, reluz alguma serenidade, com os preparativos de uma viagem, de um regresso às origens (sempre diferentes do ponto de partida) e de uma conformação inevitavelmente a construir, para sobrevivência na vida e na sociedade que temos, onde se buscam afetos e "aconchegos coletivos".
     

sábado, 24 de novembro de 2018

Diarinhando... bom título!

      A tarde foi de apresentação de um livro especial. Entre amigos, no Centro de Recursos da Secundária de Gondomar.

    Uma capa bonita, um título inovador, uma apresentação entre o elogio fundado na qualidade estético-literária e as cores da amizade, uma obra à espera de ser lida. E a autora?


    Já figura nalguns apontamentos desta 'Carruagem', por nos ter dado Histórias para Lermos Juntos e nos ter brindado com O Tesouro. Na companhia e na amizade. Assim foi, assim continua a ser, com os ingredientes geradores de uma família de leitores que Maria Clara Miguel tem vindo a construir. No caso de alguns dos presentes (inclusivamente de alguns ausentes), mais do que leitores, por certo.
      Nada é por acaso, diria a nossa Isaura. O (re)encontro com Maria Clara Miguel aconteceu. E uma Lúcia está para se dar a conhecer. Não foi 'encontro feito poesia', porque de narrativa se trata. Mas nas máscaras de Narciso (nesse mito que se compõe do eu que também é outro, no espelho da água), o que se narra é um ato de escrita metamorfoseado em diário, em prosa poética, em fragmento reflexivo, em apontamento breve, em opinião ou gosto que se querem partilhados.
      Dizia o apresentador do livro - o colega, escritor e amigo Manuel Maria - que nas páginas lidas há suspense, surpresa e sedução. As personagens e as ações narradas convocam espiritualidade e intuição, conformes à tonalidade lilás da capa, a essa cor metafísica propícia à purificação e à cura do físico, emocional e mental. A criação artística é um dos caminhos, nessa elevação de intuição, inspiração e criação espiritual. É mistério a expressar-se pela individualidade, pela personalidade, numa relação plena com a espiritualidade.
      De tudo isto se compõe a obra hoje dada a público, páginas configurando nove semanas de um diário que Lúcia (também Isaura e/ou Maria Clara Miguel) escrevinhou - não se trata de escrever mal nem de produzir algo sem valor (bem pelo contrário); talvez fingir um registo solto, natural, com um fim diverso (mais do que determinado), entre o entretenimento criativo, a oportunidade aproveitada, a vontade sem compromisso e a necessidade de revisitar tempos, gostos, pessoas, memórias que em todos nós vivem - umas comungadas, outras só de alguns, muitas só do 'eu' plasmado num discurso por natureza calendarizado, datado à cabeça (o Homem é tempo; dá-lhe a mão e larga-o, conforme a força, a vontade e a capacidade de o acompanhar).
      Diarinhando é amálgama para um ato encarado como processo, talvez por pretender culminar numa construção de identidades e entidades fictícias que só a vida pode vir a (re)criar pelo que já deu a (re)ver ou a imaginar.

     Ao folhear o livro, parei em algumas datas (8 de fevereiro foi uma delas) e em alguns segmentos (um deles, logo a abrir: "Está aí alguém?"). Talvez seja Narciso a recriar-se, a rever-se num universo de palavras, num fluir do tempo, num espelho de interrogações, reflexões, intrigas que de vida (também) se fazem.

sexta-feira, 16 de novembro de 2018

Olha eu... noutro blogue!!!

    Encontrar-me citado num apontamento de um blogue não é novidade, mas não deixa de ser surpresa.

      Isto de nos vermos espelhados nos textos / trabalhos dos outros é um sinal de que andamos a fazer alguma coisa neste mundo. Bem ou mal, que o avaliem os outros. Por mim, vai sempre dando para acreditar que vou fazendo qualquer coisinha de jeito, para bem dos que partilham a minha área de trabalho.
      Procurava eu alguns dados sobre coesão e coerência e revi-me:

Pormenor da página http://recursosabertosdeportugues.blogspot.com/2014/10/coesao-lexical.html

   Agradeço a consideração ao blogue "Recursos Abertos do Português", que selecionou alguma da informação por mim facultada (ainda que, em rigor, esta precisasse de ser mais completa para corresponder ao por mim escrito sobre coesão referencial / lexical).

      Ainda assim, o agradecimento nesta experiência "interblogueada".

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Convergindo, divergindo

     Depois de um dia de muito trabalho...

     ... busco o mar, ânsia de partir até à linha do horizonte, a todo o momento renovado. Se outra terra me acolhesse...

Porque há ir e voltar (Foto VO)

   Os passos, no vai-e-vem da busca, ficam lá, na areia, à espera que o vento apague as marcas da minha presença, os sinais desse encontro que tive, que fiz, que vivi e de que me afastei.
     Fui, vim e, daqui a pouco, é como se lá não tivesse estado. E assim a vida corre...

    Regressado a casa, vou a mais trabalho, até que a noite chegue e a possa dormir para recomeçar o que não houve tempo de acabar. Qual Sísifo, empurro a pedra, pesada... que teima rolar ao meu encontro.

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Cuidado comigo

      Não sei que mais diga.

      Depois da leitura de um artigo que circula pelo Facebook, quem me conhece que se cuide.

in http://www.minutopsicologia.com.br/postagens/2015/09/18/psicopata/

   "Está provado cientificamente que as pessoas que gostam e preferem os sabores amargos têm tendência para ser psicopatas.
    Na Universidade de Innsbruck foi realizado um estudo que concluiu que se alguém prefere coisas amargas são mais maléficas. Os dois investigadores austríacos analisaram os hábitos alimentares de cerca de 1000 pessoas: compararam o quanto cada um gostava de cada iguaria e realizaram testes psicológicos e perguntas para perceber a personalidade dos participantes.
  Foram colocados diversos alimentos para os participantes provarem - doces como chocolate e amargos como café sem açúcar - e os investigadores descobriram que os que gostavam de sabores amargos têm uma personalidade mais maléfica, com tendências sádicas.
   Eles gostam de sabores amargos porque se sentem como que numa “montanha russa”, diz um dos investigadores."


in https://revistapt.com/pessoas-que-bebem-cafe-sem-acucar-podem-ser-psicopatas/?fbclid=IwAR06DhnLe-SxT_L8yymdgpiSo3QOm7ITHN_GJpEglDwT7pQ_KhI3xWuONpw

     Gosto de bolos muito pouco doces; chá e café é sem açúcar, mesmo. Sou azedo!

quarta-feira, 31 de outubro de 2018

TREAT!

     Mediante a disjunção, só tenho uma opção.

    A máxima do "Trick or treat!" (traduzida como "Doçuras ou travessuras") deixa-me, por vezes, confuso e indeciso na escolha, seja porque gosto de doces seja porque uma travessura também sabe bem.
    Em dia de Halloween, cruzo-me com a imagem de uma abóbora (que não é menina):

Uma "pumpkin"..., ou melhor, "trumpkin

      E na ordem da nova máxima, só me resta uma escolha:
    

    Não há "trumpalhada" que resulte doce. É azeda, amarga, áspera. Nem com o espírito do Halloween é suportável. É bruxedo a mais! Não há "treat"! Contudo, se o que resta é "trump",...

     ... venha o "treat", apesar de apetecer ser travesso ("tricky"). Porque "Trump" não é alternativa para coisa nenhuma.