A escolha é óbvia: as doçuras fazem mal.
Regressa o tempo do Halloween, num imaginário que alguns dizem anglo-americano, mas que, afinal, não deixa de ser uma herança muito europeia (céltica) - para não dizer que o primeiro se inspirou na segunda.
Entre abóboras dentadas, bruxas, caretas de palhaço assassino, feridas e sangue falso, máscaras do "Scream", mortos-vivos, partes de corpo decepadas, teias de aranha, vampiros e zombies, ecoa o "trick or treat" em noite que, nos tempos correntes, convém que seja mais para travessuras do que para doçuras - a bem dos diabetes e outras doenças "açucaradas", nada favoráveis ao combate da obesidade.
Desde a celebração celta do Samhain (o "fim do verão"), a noite de 31 de outubro tem vindo a ser encarada numa maior proximidade entre mortos e vivos, dizendo-se mesmo que os espíritos regressam às casas que foram suas para pedir comida. Daí a prática de alguns familiares deixarem as sobras do jantar à porta de casa. Com a instituição, pelo século VIII e pela Igreja Católica, do 'Dia de Todos os Santos' à data de 1 de novembro, paganismo e catolicismo fundiram-se numa só festividade de natureza mais para o profano (e comercial) do que religioso.
Em meados do século XIX, tal celebração rumou da Irlanda para a América do Norte, num movimento emigratório associado ao período da Grande Fome (pelas décadas de 40 e 50), que havia dizimado muita da população europeia de então.
Em meados do século XIX, tal celebração rumou da Irlanda para a América do Norte, num movimento emigratório associado ao período da Grande Fome (pelas décadas de 40 e 50), que havia dizimado muita da população europeia de então.
Uma história de viagem que, afinal, é mais de cá para lá do que ao contrário. Logo, quando disserem que isto é tudo uma americanice, é melhor ver a questão na perspetiva inversa, ao estilo do bom filho a casa torna.
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