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sexta-feira, 22 de março de 2024

Questões de lateralidade

     Seja pela leitura (que não foi feita) seja pela perspetiva (que depende de quem vem e de quem vai).

   A imagem diz tudo: os parcos utilizadores da esquerda, caso se cruzassem com os da orientação contrária, ficariam impedidos no caminho. 
    Assim, os que em grande número desobedecem às instruções e caminham pela direita estão certos de que vão melhor dessa forma, já que estão todos no mesmo sentido, rumo a Gaia.
    Só uma senhora parece estar prestes a cumprir o que deve ser feito: atravessar a rua, chegar à esquerda (anunciada como direção a seguir) e, quem sabe, calcorrear a ponte D. Luís pelo piso dos automóveis (e não os dos transeuntes), para não impedir os que vêm ao seu encontro de prosseguir para a grande cidade invicta.
     Não sei se isto tem leitura de opções políticas, mas os resultados eleitorais de há dias apontam para uma maioria de direita. Será esta uma contrariedade assumida, reflexo dos tempos, trazida para a travessia da ponte?

      Está difícil a construção do caminho, mas ou muitos estão enganados ou, então, preferem a esquerda do vir enquanto seguem para Gaia. Confusão? Nada que não esteja no apontamento fotográfico, à direita, com tanto peão!
 

quarta-feira, 6 de março de 2024

Indecisões

      Os tempos são, para alguns, de bastante indecisão.

    No sobe e desce das sondagens diárias que apresentam partidos e números de deputados como se fossem resultados finais de eleições (por acontecer), lá vem o elevado número de indecisos que, dizem, tudo vai resolver à hora das urnas.
      Nem os carros escapam, a julgar pela "leitura" de certas matrículas:

Uma matrícula muito indecisa

     Da leitura de letras à da palavra percecionada, até os números parecem instáveis, quando "apanhados na curva".

    Na celebração dos cinquenta anos de liberdade e democracia nacionais, que domingo próximo seja a afirmação consciente de um direito e de um dever que a todos assiste, para calar o circo mediático das sondagens, a cansar a paciência de qualquer espectador televisivo. 

sábado, 3 de junho de 2023

Felicidade(s)

      Aprender a ver o positivo: uma questão de perceção, sem o propósito de reclamação.

   Quando o sentido crítico surge pela negativa e se fica pela declaração de impossibilidades injustificáveis, o foco do pessimismo instala-se (condicionado ou limitado  a ver e a ler o que não traz esperança).
      E se o que parece menos se tornasse mais?
      Tudo se revela com a seguinte imagem de "As Filas da Vida":

Imagem colhida do Facebook, à espera de uma leitura da esperança.

    Procurar na esquerda a confirmação do comum impede de ver na direita o que esta ainda consegue (de)mo(n)strar. Poucos, mas bons, aí estão os que interessam: os que ajudam e os que incentivam.
     No meio não está a virtude (e garanto que nada tem a ver com a construção "brasileira" do título da porta, que escancaradamente é aberta por quem frequentemente nada tem a ver com o assunto). 
     Entre os que fofocam (bisbilhotam ou mexericam - venha o Diabo e escolha o léxico!) ou criticam, domina essa maioria por vezes tão inoperante, tão improdutiva! Está aí para estagnar, impedir avanços, dificultar caminhos, adiar o que interessa alterar a pretexto de formalismos e formalidades desajustados. Como se um papel fosse só por si mais importante do que o que nele pudesse estar escrito. 

      Prefiro a lateralidade de leitura que, iniciando na direita, destaca o que importa. Seguir para a esquerda é consciencializar dessa evidência de peso improdutiva. Não me fico pelo que esta última dá (ou melhor, não dá), particularmente quando o bem de muitos e/ou dos que mais precisam fica à mercê de uma não resposta. 

domingo, 8 de novembro de 2020

Na perceção dos dias...

       O que os nossos olhos nem sempre deixam ver.

       Uma amiga partilhou uma foto que bem reflete os tempos que vivemos: o que vemos?

O olhar para além da foto (gentilmente cedida pela VL)

        Vi a flor, que a corola, as pétalas não enganam. A amiga acrescentou que viu pólen a brotar. 
       Diria que vimos a vida. É disso de que precisamos: não ficar condicionados pelo tempo e ver, em vez da beleza, a pior das fealdades. Doenças e vírus entorpeçam-nos, matam o nosso olhar, fazendo esquecer recortes e cores; atingem-nos na nossa vulnerabilidade.
      Houve, porém, quem não deixasse de reconhecer o coronavírus, de tão exposto que está (estamos) ao perigo, aos "espinhos" dos tempos. 
         A perceção é tão difusa! Vemos o que queremos, o que sentimos, o que está e o que não está.
    Então lembrei-me de Gedeão (não sei se pela física ou pela química pressentidas) e da sua "Impressão Digital":
António Gedeão (1906-1997)
Os meus olhos são uns olhos.
E é com esses olhos uns
que eu vejo no mundo escolhos
onde outros, com outros olhos,
não veem escolhos nenhuns.

Quem diz escolhos diz flores.
De tudo o mesmo se diz.
Onde uns veem luto e dores,
uns outros descobrem cores
do mais formoso matiz.

Nas ruas ou nas estradas
onde passa tanta gente,
uns veem pedras pisadas,
mas outros gnomos e fadas
num halo resplandecente.

Inútil seguir vizinhos,
que ser depois ou ser antes.
Cada um é seus caminhos.
Onde Sancho vê moinhos
D. Quixote vê gigantes.

Vê moinhos? São moinhos.
Vê gigantes? São gigantes.

      Entre Sancho Pança e D. Quixote de La Mancha, tenho-os a ambos: vejo a flor sem deixar de admitir a associação ao mal vivido.

      Há, todavia, quem na sua arte de fotografia tenha olhos e a magia para nos deixar ver a poesia, a maravilha dos "gnomos e fadas". Obrigado, VL.

quarta-feira, 12 de agosto de 2020

Coisas do oral (ou de homofonias nos discursos)

      Porque nem sempre o que se diz é o imediatamente entendido.

     Aquele momento em que o enfermeiro pergunta quando aconteceu a última refeição e, com a minha resposta, ele põe aquele ar de quem começa a fazer contas.
    O momento do diálogo aconteceu cerca das 9 horas da manhã. Respondi que tinha bebido o último copo de água à hora e meia da manhã. O olhar e o ato de registo parados eram a razão do cálculo a processar-se: "Ora... seis, sete horas, certo? Foi quando bebeu."
   Nego, mas insisto: "À hora e meia, mesmo. A partir daí não ingeri mais nada".
    Veio, então, o "Ah! Ótimo. Foi à hora e meia do relógio".
    Confirmei. Agora, sim, o tempo certo! Não tinha bebido água há hora e meia, mas sim à hora e meia
   Entre a expressão de duração / intervalo de tempo e a da hora precisa do relógio, a diferença é substancial. Que o digam o enfermeiro e a anestesista, mais o paciente; na oralidade, a distinção não se faz. 

     Valha a ortografia para marcar diferenças semânticas e sentidos pragmáticos que viabilizem uma intervenção cirúrgica. Um dia para a história (não da linguística, mas da pessoa operada).

quinta-feira, 19 de setembro de 2019

O que a mente quer ver / ouvir / dizer

     Quando hoje falava aos meus alunos das representações que fazemos e das perceções que construímos,...

     Não sabia que, chegando a casa, iria cruzar-me com uma imagem a propósito. Teria sido um ótimo exemplo para trazer à discussão, bem para além do copo meio cheio (que também pode ser meio vazio), da referência ao imperador francês ou ao derrotado de Waterloo (Napoleão foi ambos os casos). E, com eles, a língua traduz um posicionamento e um sentido argumentativo imensos (numa clara perceção quando ao modo como as entidades ou as situações são vistas por quem fala).
     A imagem encontrada é fantástica:

Imagem colhida no Facebook

     Dependendo do que se veja  (guitarra ou cenário espacial matizado pelo tempo), e para que tudo não se fique pela metade,  há sempre a possibilidade da fusão de ambas: um final de dia com o ambiente refletido nas margens de um curso de água, na fluidez a que a própria música, em registo harmonioso, não é estranha. Flui a água, flui o tempo, flui a música, flui o ser humano que os vive.

      ... não imaginava que vinha aí a música feita de espelho de água, árvores e luar.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Quando o que é vão rima com perceção

      Ainda hoje falei desta imagem, a propósito da forma como se veem / percecionam as coisas.

    Regresso ao tema da perceção.
    Veja-se o contraste de branco, preto e cinzas e, conforme a seleção e conjugação de pormenores, as realidades retratadas são bem opostas.
    Entre a beleza de uma dama, mirando-se ao espelho, e os contornos de uma caveira fica a escolha de quem vê. O material é o mesmo, os traços também; o que é percecionado pode variar, segundo a observação inicial. A repetição e a insistência nessa observação acabarão por criar outra possibilidade, potencialmente construída e baseada num foco distinto.
    A ilustração é do americano Charles Allan Gilbert (1873-1929) e intitula-se "Tudo é Vaidade" ("All is vanity"). Foi produzida quando o artista apenas tinha dezoito anos. Trata-se de uma ilusão de óptica, intentando o sentido crítico de como é vã a vaidade ou o apego aos valores da vida mundana. 
    Assim se compõe essa visão barroca da vida: a da passagem inevitável para a morte, a da efemeridade e volatilidade da vida.

       E, assim, beleza e horrendo se conjugam, se complementam numa só imagem - duas faces de uma mesma moeda.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Tudo uma questão de procurar bem

        Esta nossa capacidade de selecionar o que interessa tem muito que se lhe diga.

    Eu sempre disse que tenho uma relação algo figadal com os números. Cá está mais um caso demonstrativo da rápida importância que dou às coisas:


        Tudo uma questão de foco de atenção,... de perceção.

        É por isto que sou um homem das letras. 

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Quando tudo fica pela metade...

     A imagem circula no Facebook, como foto da RFM.

     Diz que é só para inteligentes...


     Esta inteligência anda um pouco por baixo (limitada ao visível, ao sensível) e pela metade.

     E mais não digo, porque quero manter o resto no sigilo inteligível (para que não se reduza tudo ao plano da perceção visual).