Ainda hoje falei desta imagem, a propósito da forma como se veem / percecionam as coisas.
Regresso ao tema da perceção.
Veja-se o contraste de branco, preto e cinzas e, conforme a seleção e conjugação de pormenores, as realidades retratadas são bem opostas.
Entre a beleza de uma dama, mirando-se ao espelho, e os contornos de uma caveira fica a escolha de quem vê. O material é o mesmo, os traços também; o que é percecionado pode variar, segundo a observação inicial. A repetição e a insistência nessa observação acabarão por criar outra possibilidade, potencialmente construída e baseada num foco distinto.
Veja-se o contraste de branco, preto e cinzas e, conforme a seleção e conjugação de pormenores, as realidades retratadas são bem opostas.
Entre a beleza de uma dama, mirando-se ao espelho, e os contornos de uma caveira fica a escolha de quem vê. O material é o mesmo, os traços também; o que é percecionado pode variar, segundo a observação inicial. A repetição e a insistência nessa observação acabarão por criar outra possibilidade, potencialmente construída e baseada num foco distinto.
A ilustração é do americano Charles Allan Gilbert (1873-1929) e intitula-se "Tudo é Vaidade" ("All is vanity"). Foi produzida quando o artista apenas tinha dezoito anos. Trata-se de uma ilusão de óptica, intentando o sentido crítico de como é vã a vaidade ou o apego aos valores da vida mundana.
Assim se compõe essa visão barroca da vida: a da passagem inevitável para a morte, a da efemeridade e volatilidade da vida.
E, assim, beleza e horrendo se conjugam, se complementam numa só imagem - duas faces de uma mesma moeda.
Sem comentários:
Enviar um comentário