segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Exemplos do nosso insucesso político

     A propósito dos receios da nossa Presidente da Assembleia da República.

    Apetece-me citar uma amiga, cujas palavras tive já oportunidade de comentar: "Não sou comentadora, mas..." (blogue Mariana).
   Depois de uma semana crítica no Parlamento - com deputados a discutirem se deve ou não haver referendo para a coadoção de crianças por casais do mesmo sexo (Tão absurda é a discussão!); com a decisão final a favor do referendo (Abominável decisão, como se o interesse das e pelas crianças não estivesse acima de odiosos jogos políticos!); com um orçamento que terá favorecido deputados com aumentos de mais de 90% nos subsídios de férias e de natal (tão intratável é o cenário que só o comentarei mais incisivamente quando tiver maior certeza sobre a questão, mais a unanimidade do interesse parlamentar, nada exemplar, para uma população constantemente estropiada nos seus direitos e no produto do seu trabalho); com o descrédito político generalizado, sem vislumbre alternativo para quem possa dirigir este país entre os que protagonizam discursos vazios, desacreditados, sem atos concretos para a mudança ou a esperança -, é certo que alguma coisa está a mudar: a língua, senhores! Até essa parece votada a sofrer as influências políticas do tempo: 


      Apetece-me dizer à Senhora Presidente que escusa de estar preocupada com a sua falta de criatividade ou falta de "espaços de energia" (aposto que a EDP, os chineses ou o próprio Mexia resolveriam o problema, se fosse necessário): em pouco mais de um minuto, criou um nome com derivações sucessivas, em várias etapas ('inconseguimento', que deve resultar de 'conseguimento', derivado por sua vez de 'conseguir'); um adjetivo relacional ('frustracional'); uma expressão neológica associada a um empréstimo muito antitético ('soft power') que, ao menos, tem em 'sagrado' um importante adjetivo (pelo menos é de peso) português. É obra!
      Obra maior é, por certo, falar um minuto sem nada de interessante ou importante dizer.

      Com tanta criatividade, não dá para perceber tanto medo! Seja lá o que tenha sido dito, é caso para ir em frente. O arquivilão Joker aplaude (por alguma espécie de reconhecimento, que suspeito compreender qual é)! Pena que não venha por aí um Batman, para nos livrar destes exemplos da comédia (mas de humor negro) dos dias correntes!

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