Viva a República!
É verdade que sou mais adepto do regime republicano do que da monar-quia. Nessa medida, nunca percebi como é que, entre os feriados retirados no ano crítico de 2012 (a bem da suposta produtividade que interessava incre-mentar com o novo Código do Traba-lho), o da implan-tação da república (o do regime em curso, diga-se) figurava como dispensável. Nem tudo o que é significativo na vida de um povo se configura como feriado, mas o que é de regime é de regime, digo eu!
A República, proclamada em Lisboa a 5 de outubro de 1910, instituiu um sentido democrático que se vinha a afirmar desde a década de noventa do século XIX, em tentativas goradas que pretendiam pôr fim à monarquia.
1891 e 31 de janeiro foram marcos na tentativa de mudança, face a uma realeza degastada e sem resposta para as preocupações de um século que viu o Ultimato minar a honra e a credibilidade de um país. Um novo regime viria a singrar quase duas décadas depois. A História viria a dar relevo ao facto; houve quem invertesse a bandeira republicana numa das mais recentes celebrações; um dos últimos governos acabou por minimizar a efeméride há cerca de quatro anos. O certo é que o dia "grande" acabou em simples "historinha", para o comum dos cidadãos.
Como diria o Velho do Restelo, numa transposição dos tempos da descoberta do caminho marítimo para a Índia para os da atualidade: "Mísera sorte! Triste condição!"
Vale a natureza democrática, e a todo o tempo passível de retoma, que a República permite.
Vale a natureza democrática, e a todo o tempo passível de retoma, que a República permite.
Hoje, mais de cento e cinco anos depois do evento histórico, a ressurreição do feriado é digna de registo e de celebração. A Implantação da República até pode ser o motivo, mas, acima de tudo, o que me sabe bem é (a reimplantação d)o feriado.
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