terça-feira, 24 de dezembro de 2024

Que Natal (é este), afinal?!

      Passados os 24 dias de dezembro, o que nasce?

      O inverno é certo; o frio, previsível; chuva, neve ou sol, venha o que Deus quiser.
      Tudo o resto, se não for de(o) bem, é escusado.

Do título ao texto
Composições natalinas ou natalícias,  tanto faz!

       Nasça a esperança de dias e noites melhores, para que a Humanidade acredite mais em si e no que de bom neles possa fazer. Com harmonia (rimada com alegria), compaixão (combinada com gratidão), caridade (concordada com generosidade), paz (dela seja o mundo capaz).

       Um bom Natal para todos.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

Patrono à mesa

     Um jantar natalício com a presença de Laranjeira.

    As mesas estavam primorosamente decoradas, à espera dos convivas. Há cinquenta anos estava um edifício em construção, ainda com a designação de "Liceu Nacional de Espinho"; hoje, num edifício requalificado entre 2008-2011, há um patrono a marcar presença na Escola Básica e Secundária Dr. Manuel Laranjeira:

Laranjeira no Natal de 2024 do AEML (composição fotográfica VO)

     Rumo aos 50 anos de um tempo e de um espaço a celebrar (mais as pessoas que os viveram), o aroma do fruto (laranja) vem compor o paladar de um licor que tem na árvore (laranjeira) origem, estendendo-se, por jogo evocativo, ao patrono (Laranjeira). Da natureza ao nome próprio, há como que uma transmutação alquímica, sugerindo a criação do elixir da vida ou da imortalidade. Laranjeira, por lembrança e evocação, ganha vida eterna ou prolongada.
     Se, na língua portuguesa, "alquimia" vem do latim alkimia, por sua vez proveniente do árabe al-kimiya (significando "a química"), não será de esquecer que, no grego antigo, khemeía significava "fusão de líquidos".

     Nada como ver no licor de laranja o adocicado sabor que Laranjeira, na vida, não deixou de acidular. 

quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

Um arranjo de Natal especial

     Há gestos a dar cor à vida e a alimentar o espírito de Natal. E não só!

    São gestos de generosidade que só aumentam a gratidão que sempre terei para quem me acompanha no dia-a-dia (pode quase dizer-se da abertura ao fecho dele). 
   Marcam a sua presença também agora na minha mesa da sala, bem mais bonita, pelo recheio de cores e sabores da amizade e do carinho sentidos:

Uma mesa muito bem "arranjada" (Foto VO)

    A todos eles (... sabem bem quem são...) um Natal muito feliz, com umas melhores entradas no novo ano. Mais um para estarmos juntos.

   Desde sempre, até lá e depois da(s) festa(s), o contínuo reconhecimento e agradecimento pelo bem que fazem a muitos. E a mim, particularmente.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

Ubuntu: eu sou porque tu és.

      Uma palavra Nguni, do Afrikander, trazida para primeiro plano por Nelson Mandela e Desmond Tutu.

     Representa uma filosofia social sublinhando o ser, o saber e o agir assentes numa liderança servidora; uma pedagogia educativa visando a paz, a amizade, a solidariedade, a fraternidade, valores que sublinham a dignidade do ser humano e aspiram a um ideal de sociedade empático, fraterno e visionário, com figuras como Nelson Mandela, Martin Luther King ou Malala na incorporação do lema “Eu Sou porque tu És”, pela valorização da interação, comunicação, comunhão, interdependência e solidariedade. Focada no desenvolvimento e na promoção de competências pessoais, sociais e cívicas dos participantes, contribui para a transformação destes enquanto agentes de mudança ao serviço da comunidade, ajudando na construção de uma cidade mais inclusiva, equitativa, justa.
  Convidado a partici-par numa mesa-redonda da Ubuntu Fest promovida pelo Instituto Padre António Vieira e com a colaboração da Câmara Municipal de Espinho, fui dignamente acom-panhado pela presença da Senhora Presidente da Câmara (Maria Manuel Cruz), dos Presidentes das Juntas de Freguesia de Paramos (Manuel Dias) e de Anta-Guetim (Nuno Almeida), bem como do Diretor do Agrupamento de Escolas Dr. Manuel Gomes de Almeida (José Ilídio Sá). Uma assistência de alunos e professores / educadores compôs um auditório de onde foram lançadas algumas questões. Perguntas a que tive(mos) oportunidade de responder, numa alargada partilha de ideias, pensamentos e ações de líderes servidores que, de algum modo, todos acabamos por ser nas múltiplas funções exercidas.
     À primeira questão, sobre situações em que já tivesse duvidado da minha liderança, diria que foi tudo o que um líder não gosta de admitir publicamente: a sua condição frágil perante ameaças, perigos, dificuldades que a vida coloca a qualquer um. Por certo, nenhum líder aprecia lidar com conflitos que não são seus, mas que tem de gerir; constatar desarticulações entre níveis de liderança ou princípios orientadores para a ação e a ação propriamente dita; consciencializar fatores de desequilíbrio pessoal e profissional que convergem para a afirmação de cansaços, de ausência de força própria ou dos outros capaz de comprometer objetivos, metas, projetos; deixar-se invadir por desilusões que não sejam encaradas como oportunidades ou desafios para seguir em frente. Momentos há em que a tomada de decisão, por mais participada e partilhada que seja, acaba por ser um ato individual, solitário, o que pode causar algumas ansiedades, angústias, mal-estar, particularmente quando o estilo de liderança e de serviço é pensado / encarado de forma participada, democrática e conjunta, apostada mais no coletivo do que no individualismo e no individualizador (tendente para o egocentrismo, o narcisismo e a idolatria). Ser capaz de ver na liderança servidora um meio de ultrapassar estas disfunções, de encarar a resistência e a resiliência como estratégias de superação é o caminho a traçar, sempre que a dúvida, a indecisão, os dilemas se instalam. Transformar o negativo ou instável em foco de ação e conquista para o sentido oposto é o desiderato de quem se pôs a jeito e se propôs liderar em qualquer escala (pouco ou muito) / abrangência (poucos ou muitos) / nível de ação (topo, intermédio, base). De forma mais ou menos planificada, interessa que a dúvida dê lugar a uma construção, mais ou menos participada, mais ou menos partilhada, para que algum bem comum se vislumbre.
     Sim, já passei por tudo isto, a par de uma constatação de limites e limitações que me surgem, mas que procuro relativizar, aprender a resolver, fazendo de cada dia um passo nesse percurso que também outros fazem comigo, quer como diretor quer como professor,... acima de tudo, como pessoa. Liderar, servindo.
    Surgiu, então, a segunda questão: que conselhos dar a jovens que desejem ser líderes servidores. Apetecia-me devolver a questão: o que estão predispostos a fazer para bem do(s) outro(s) e do próprio? Que pontes construir para unir margens, voltadas para o fluir das águas como símbolo dos tempos; para a mudança das pessoas em termos de crescimento, desenvolvimento, empoderamento?
   Ser, conhecer, agir implica construir aprendizagens, estudar, aprender, ler muito para ter conhecimento de mundo, alargar horizontes e ajuizar com sentido crítico e fundamentado; para sustentar valores que interessa apreender, em detrimento dos que não dignificam nunca a pessoa. Está aqui um primeiro conselho, para quem particularmente frequenta a escola ou qualquer organização educativa.
   Procurar descobrir um sentido de bem, mais orientado para o coletivo, descentrado de "egos" narcísicos e focado na ética do cuidar (a significar tanto pensar como acompanhar, tomar conta) do outro; colocado na posição do outro e não no umbiguismo vitimizador ou idólatra.
    Testemunhar / dar o testemunho do e no que se quer do outro ("Eu sou o que tu és"), valorizando a pessoa, a sua dignidade, pela aproximação e inclusão, pela interação, pela comunicação e comunhão de valores, ideais.
  Desconfiar de imediatismos e facilitismos, que não contribuem para o que seja estruturante e estruturador; antes para o contingencial, para o acrítico, para populismos, agitações, arruaças que não engrandecem ninguém.
    Questionar a liderança e o serviço (quem / a quem, o quê / qual, como), atentando nos meios a usar, nos fins a atingir e nos valores a adotar conscientemente (líderes sempre os houve, alguns mais consensuais do que outros, uns mais validados e legitimados, num relativismo histórico que, contemporaneamente, não nos leva a aceitar o exemplo de alguns que já o foram e de outros que o são ou estão brevemente para ser).
    Cinco conselhos para os jovens se tornarem verdadeiros e legítimos "influencers", no bom sentido da palavra.
    
    Uma tarde no Multimeios de Espinho, com líderes servidores e com jovens que podem ser agentes de mudança numa sociedade que, sendo bairro, escola, cidade, país, tem esperança nos tempos vindouros (mesmo quando os sinais de perigo parecem invadir a vida, a sobrevivência e a paz de muitos).

terça-feira, 3 de dezembro de 2024

Apanharam(-me) o olhar

   Tudo a bem de uma sensibilização e de uma causa de todos, com todos e para todos.

   O Departamento de Educação Especial do Agrupamento de Escolas Dr. Manuel Laranjeira (AEML), no âmbito do Dia Internacional da Pessoa com Deficiência (3 de dezembro) e em articulação com o Curso Profissional de Multimédia, promove um concurso fotográfico com o propósito de sensibilizar a comunidade escolar; mobilizar a sua capacidade de observação e promover uma reflexão sobre a diversidade e o respeito pela diferença, em articulação com o legado humanista do patrono do agrupamento.
    E, assim, foi captado o meu olhar:

Somebody is not watching you! Just looking at the camera. 

      Junto com alguns outros mais, foi preparado um "teaser" a anunciar uma iniciativa focada na diversidade e na inclusão:

Vídeo - Olhares: A Escola que Abraça a Diferença (Curso Profissional de Multimédia do AEML)

   Encontra-se, portanto, aberto o concurso que dará a conhecer fotografias explorando o tema “Olhares: A Escola que Abraça a Diferença” e destacando práticas educativas de respeito, empatia e valorização da diversidade e inclusão no ambiente escolar. É possível incorporar a figura ou o legado do Dr. Manuel Laranjeira, alinhando o trabalho segundo um dos três eixos do projeto educativo do agrupamento: Identidade(s), Cultura(s) e Ambiente(s).
    Até ao dia 28 de março do próximo ano, a participação está assegurada, assim o determine a vontade dos alunos. Seguir-se-á uma exposição com os trabalhos submetidos, numa continuidade de construção ao corredor da "Inclusão", o qual pode já ser observado por todos à entrada da escola.


Algumas fotos no Corredor da Inclusão do AEML - Olhares: A Escola que Abraça a Diferença

   Desta forma também se afirma a inclusão, a cada dia.