domingo, 5 de fevereiro de 2012

A negritude da(s) voz(es) na música

     Nem de propósito...

     Numa aula de Português falava-se da música e de como esta tem o poder de nos harmonizar com a vida, quando o mal bate à porta. Na vida como na ficção, ou não fosse Scarlatti o exemplo disso, num mundo que se pretende alternativo à epopeia do trabalho, dos sacrificados, mutilados e violentados na vontade.
      Entre os muitos temas que Memorial do Convento permite trazer à discussão, um deles é precisamente o da música - do seu poder curativo (com Blimunda) e do natural ingrediente para a felicidade suprema das personagens que se singularizam na obra.
     O certo é que o tema derivou, chegou-se ao poder da(s) voz(es) e de como a música negra tem esse toque mágico de "soul", de animação que tanto no "gospel" como no "blues" se faz herdar dos tempos em que escravos se uniam no canto libertador das plantações e das sanzalas.
    Constatou-se, então, o potencial de vozes como as de Aretha Franklin, de Louis Armstrong, de Gladys Knight, Whitney Houston, Tina Turner, Ray Charles, Jimmy Hendrix (mais pelos acordes da guitarra do que pelos da voz) entre muitos outros.
     Logo hoje, uma dessas vozes se impõe num programa televisivo de "caça talentos":


 
      REACH OUT... I'LL BE THERE

Now if you feel that you can't go on (can't go on),
Because all of your hope is gone (all your hope is gone),
And your life is filled with much confusion (much confusion),
Until happiness is just an illusion (happiness is just an illusion),
And your world around is crumbling down, darlin',
(Reach out) Come on girl reach on out for me,
(Reach out) Reach out for me,
I'll be there with a love that will shelter you,
I'll be there with a love that will see you through,

When you feel lost and about to give up (to give up),
Cause your life just ain't good enough (just ain't good enough),
And your feel the world has grown cold (has grown cold),
And your drifting out all on your own (drifting out on your own),
And you need a hand to hold, darlin'
(Reach out) Come on girl reach out for me,
(Reach out) Reach out for me,
Hah, I'll be there to love and comfort you,
And I'll be there to cherish and care for you,

(I'll be there to always see you through,
I'll be there to love and comfort you),
I can tell the way you hang your head (hang your head),
Your not in love now, now your afraid (you're afraid),
And through the tears you look around (look around),
But there's no piece of mind to be found (no piece of mind to be found),
I know what your thinking,
You're alone now, no love of your own, but darling,
(Reach out) Come on girl reach out for me,
Reach out (Reach out).......... just look over your shoulder,
I'll be there to give you all the love you need,
And I'll be there you can always depend on me,
I'll be there to always see you through,
I'll be there to love and comfort you.


     Deborah Gonçalves: uma voz negra "in portuguese land" para uma canção dos "Four Top" (1966), nos tempos da Motown, e já com versões de Gloria Gaynor, Michael Mcdonald e outros mais. A da portuguesa não fica atrás, num programa que se quer de sucesso na divulgação de vozes que fazem a diferença e se assumem como a "voz de Portugal".

    Mais uma prova do 'black power', da 'black music', com as 'black voices' que nos fazem vibrar pela intensidade que revelam.

Sem comentários:

Enviar um comentário