Antes que me acusem de ser malcriado, registo que as palavras são do poeta.
Há sábias palavras em tudo isto, nomeadamente quando um ator as cita no momento em que recebe um galardão para o distinguir como o melhor entre os seus pares. Refiro-me a Diogo Infante, que hoje, num canal televisivo, foi agraciado com o reconhecimento público - e merecido -, na Gala dos Globos de Ouro da SIC (às vezes, no meio de tanta fantasia, alguma coisa sai certa), pela sua representação da "Ode Marítima".
Em tempos de cansaço e desgaste (recordo Campos e "sobretudo cansaço"), ainda há força para reagir da forma linguisticamente mais rude que a vida também tem:
Foto com montagem de alguns versos de Álvaro de Campos
Versos da "Ode Marítima", para o mar que esta vida é - por vezes, agreste, desumana e feita de tudo o que acaba por a negar (uma verdadeira selvajaria).
Por isso, pode afirmar-se que a poesia chega a ser mais sincera do que aquilo que a vida nos (não) dá. E o teatro (ou a quinta arte, a da representação) não lhe fica atrás.
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