Aqueles momentos que marcam o dia... a vida.
No termo de um dia de trabalho exaustivo, no qual nem vale a pena contar as horas passadas em azáfama contínua - entre o sufoco e as múltiplas situações a que importa dar resposta(s) -, chega o momento em que o sofá deixa rever o vivido e o sentido.
E o que verdadeiramente importa é recordar aquele momento em que te chamam para registar numas T-Shirts brancas a mensagem de que houve atos e afetos suficientes para, após algum tempo e nem com um ano completo de trabalho conjunto, me acharem merecedor de tal honra; ou aquele em que, depois de doze anos, recebo a visita de quem, como ex-aluna, me quis visitar na escola que não foi dela e fez sublinhar que ser diretor não é tão importante como ser professor (não me esqueço, nem quero esquecer disto, apesar da função em que, por ora, estou); e também o que me fez dar um abraço a quem, pelo prémio recebido, eu quis demonstrar o orgulho que um agrupamento e um antigo professor têm pelo bem e (muito) bom que fez. Revivo, inclusive, aquele instante de um final de ano letivo, quando, na avaliação que fazia dos desempenhos de um jovem, lhe transmiti que o classificava com uma nota acima do que havia demonstrado, embora eu sentisse que poderia ser ainda mais. Confirmei-o, algum tempo mais tarde.
No final deste mesmo dia, bem para lá das horas razoáveis de permanência no local de trabalho, ainda houve tempo para um sorriso de um assistente operacional que vinha lembrar "está quase!", dando a força necessária para o que estava por cumprir - um gesto não muito diferente de outros que me vêm tirar do gabinete e das comunicações urgentes, para me levar a instantes que, agora, recupero como sinais de que algo devo ter feito (bem) para tanta recompensa.
De uma forma ou de outra, os cansaços dissipam-se com tantos desses sinais. Felizmente, vivo-os.
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