segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Depois da vida...

       Há pouco tempo me referi a ele, ao poeta nascido...

       E hoje se cumpre o fim de um ciclo.
       Palavra ao poeta que bem soube do que versava.

Estigma

Filhos dum deus selvagem e secreto
E cobertos de lama, caminhamos
Por cidades,
Por nuvens
E desertos.
Ao vento semeamos o que os homens não querem.
Ao vento arremessamos as verdades que doem
E as palavras que ferem.
Da noite que nos gera, e nós amamos,
Só os astros trazemos.
A treva ficou onde
Todos guardamos a certeza oculta
Do que nós não dizemos,
Mas que somos.


      Vinte e seis anos depois da morte: porque Ary dos Santos não foi só um dos homens dos tempos de Abril nem tão-pouco o das letras de canções. Foi poeta em grande, alguém que interessa rever pelo que escreveu.

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