Começou hoje uma série que promete! E na RTP1!!!
Falo de Versailles, série anunciada como tendo chocado o público britânico, quando assistiu à representação televisiva do que foi a vida de Luís XIV, o rei-sol francês.
Trailer oficial da série (primeira temporada) intitulada Versailles
Numa produção franco-canadiana levada a cabo pelo Canal+, aquele que se designou como "L'État c' est moi" surge aos olhos do telespectador num cenário histórico grandioso, com um guarda-roupa majestoso e com uma perspicácia fora do comum. Estratega, manipulador, de olhar sordidamente penetrante e figura imponente, este monarca seiscentista foi o responsável (contra tudo e contra todos os que o queriam manter em Paris) por aquele que hoje ainda é considerado o palácio mais deslumbrante do mundo: o palácio de Versailles. Razão de esgotamento para inúmeros orçamentos extravagantes, tornou-se o modelo inspirador e o anseio de muitas figuras da realeza europeia - que o diga o nosso D. João V, quando decidiu construir o Palácio de Mafra e o radicou à sua magnânima pessoa real -, tanto por razões arquitetónicas como pela simbologia de um poder encarado como absoluto pelos "representantes de Deus na terra".
Entre figuras históricas e fictícias, mais um fundo histórico marcado por criatividade e algumas infidelidades à História, as personagens da série acabam por manter relação mais ou menos direta com a corte de Luís XVI, num mundo em que glória e violência estão de mãos dadas para sustento do poder de um monarca (representado por George Blagden), a vida algo dissoluta do irmão mais velho (Alexander Vlahos) e as intrigas palacianas de todos os que deles dependem.
Nas ousadias de quem tudo quer, pode e manda (para o bem e para o mal), há cenas intensas; personagens e representações fortes; uma intriga que "agarra" o espectador e se impõe como motivação forte para permanecer frente à televisão às quartas-feiras à noite, assistindo à primeira temporada (dez episódios) produzida por Simon Mirren e David Wolstencroft.
Num reinado com mais de 72 anos (dos maiores, se não for o maior da Europa ocidental), há seguramente fonte inspiradora para muitas temporadas, assim a qualidade do primeiro episódio se mantenha. Boa aposta da RTP, para contrariar tanta telenovela e "reality show" que nem ao Diabo lembra.
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