"Chocada" por chocado, resta dizer que já somos dois em choque!
Lido um 'briefing' noticioso do dia, chama-me a atenção o título de alguém que se diz chocado. Acabei por ficar da mesma forma, mal assimilei o conteúdo do texto:
Um 'briefing' a correr o risco de nunca mais acabar...
Nem sei por onde começar. Vamos por ordem.
Primeiro, uma construção relativa que não dá lugar à devida anteposição do pronome 'se' ( > "... dentro do qual... se mantém..."); depois o conectivo aditivo "não só... mas também..." que, na sua composição correlativa, não deve dar lugar a separação por vírgula; por fim, a extensão frásica de todo o apontamento a encadear orações sucessivas, umas atrás das outras, num comboio que parece não ter fim. Bem digo aos alunos que, ao escreverem, duas / três linhas, há que parar, para dar fôlego à escrita e o leitor não sufoque. Duas, três orações e chega! Colocar ponto e recomeçar a construção de novo período com pensamento completo (princípio-meio-fim). Não só a extensão excessiva começa a comprometer a inteligibilidade informativa como também o erro se torna previsível: aquele 'onde' a retomar 'autoridades gregas' é, no mínimo, duvidoso. E, logo a seguir, está para surgir nova subordinada introduzida por um 'que', mais uma coordenada com um 'e', e sabe-se lá o que mais virá (viria).
Pelos vistos, o choque não é só da Srª. Secretária de Estado. É também meu, por um 'briefing' que não é tão breve quanto isso. Portanto, um mau exemplo de escrita.
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