2020, vai-te embora!
Foi tão indesejável que percebo aqueles que dizem que houve janeiro, fevereiro e dezembro. Quase um ano inteiro preso a uma máscara, confinado, com restrições e grandes limitações no sentido de felicidade e liberdade.
Para o novo ano não tenho desejos. Talvez haja uma leve esperança... leve. Gostava que fosse sólida. É mais gasosa, talvez líquida pela força da vontade. Solidez não!
Onde chega a onda?
De resto, não formulo desejos. Tal como Tchékov, nalgumas das suas peças, prefiro o silêncio: o som mais eloquente de todos, para todas as circunstâncias (nomeadamente esta, a do começo de um novo ano). O silêncio.
Sinto-me qual gaivota sobre um lago. Sem terra, sem mar. Por ali, algures, num espelho estagnado, em imagem parada, à espera de melhores dias (Venham eles)!
Escrevo na areia 2020. Venha o mar...
Segue-se 2021. Onda, onde chegarás?
Segue-se 2021. Onda, onde chegarás?
2021... sei lá que diga!
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