Apareceu-me, assim, à vista, diferente do habitual.
Vejo-o normalmente de lado, ao longo da rua que percorro num ir e num voltar a casa que nem sempre de dia se faz. Haja luz e, ora à esquerda ora à direita, lá o tenho, sempre mudado conforme a ondulação e a estação. Dos dias mais agitados e salpicantes àqueles em que se mostra luzidio, num brilho prateado que se estende até ao horizonte, tomo-o por leito de forças, correntes, marés, vórtices; por motivo inspirador de energia(s) que ligam melhor à vida, sempre que surgem desgastos e cansaços.
Hoje, por instantes, tive-o de frente, quando saía de uma ruela perpendicular à estrada da marginal:
Um recanto de mar, para os lados da Granja (fotografia VO)
Amparado pela terra, revelou-se-me como uma massa líquida de azul na forma de quilha, como se vogasse em chão tufado de verde, aqui e ali acastanhado por algumas folhas outoniças.
Em terra de mar, por vezes há visões perturbadoras para a ordem natural das coisas.

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