Na sequência de uma visita de estudo, entrei no que se diz ser o espaço do povo ou do cidadão.
No circuito de visitantes ao Palácio de S. Bento - antigo convento da Ordem Beneditina para os monges negros de Tibães -, muitos foram os espaços dados a conhecer. O hemiciclo das sessões plenárias tem sempre a magia que um pequeno aparelho televisivo não dá (por mais que este último o mostre quase diariamente). A guia responsável pela visita insistia (e bem) no sentido simbólico de muitos dos sinais da História e da Cultura Política nele presentes.
As curiosidades do espaço são muitas: Salão Parlamentar da Assembleia da República (Foto VO)
. de mosteiro a prisão, foi ainda aqui mantido durante muito tempo o Arquivo Nacional da Torre do Tombo, na sequência do Terramoto de 1755;
. a forma semicircular da sala de sessões plenárias resulta de uma reconstrução feita num espaço retangular anterior a um incêndio dos finais do século XIX (1895);
. a sala das sessões parlamentares atual apresenta uma luneta a encimar a estátua da República, com uma ilustração da primeira sessão das Cortes Constituintes (pintada por Veloso Salgado), tendo esta ocorrido não no Palácio de São Bento, mas no Convento das Necessidades, em 1821, de onde resultou o primeiro documento constitucional português: a Constituição de 1822;
. em torno da luneta, encontram-se escudos / brasões dos distritos e das antigas províncias ultramarinas, em lembrança das circunscrições eleitorais representadas pelos deputados da I República;
. a bancada do governo, inexistente no tempo do Estado Novo (por o governo ditatorial não comparecer no parlamento), foi colocada na sala em 1976 (estando localizada entre a tribuna dos oradores e a assembleia dos deputados);
. junto às galerias do público, encontram-se seis estátuas em gesso, representando a Constituição, a Diplomacia, a Lei, a Jurisprudência, a Justiça e a Eloquência;
. na antecâmara à sala das sessões - na Sala dos Passos Perdidos -, é possível ver telas pintadas por Columbano Bordalo Pinheiro, evocando grandes figuras estadistas nacionais; a encimar as portas deste espaço, encontram-se leões em gesso patinado, representando a Força.
Estátua da 'Eloquência' no Salão Parlamentar (de Júlio Vaz Júnior) - Foto VO
A sala foi dos visitantes. Ainda bem, porque assim houve condições para apreciar o lugar e não ficar distraído por alguns "famosos" (por vezes de razão mais do que discutível). Deputados, nem sombra deles. Estavam a trabalhar noutros espaços, disse-se. Seja. Que trabalhem bem e muito, para contrariar a imagem pública que se vai tendo de muitos e que, nos últimos tempos, em nada é abonatória dos bons serviços prestados - particularmente, quando há cartas de jovens (tão coincidentes com outros registos de quem já se cruzou com representantes da nação) a denunciar como neste salão parlamentar também se faz muito do que não é devido nem esperado:
Tantas situações... tanto bom exemplo em local errado! Depois venham dizer que somos pouco produtivos e que não podemos gozar tantos feriados (só para lembrar o que ontem foi absurdamente retirado do calendário)!
A julgar pelos exemplos mencionados, até os que pretendem e tudo fazem para cumprir ficam sem chão.
Na sequência da atividade (extra)letiva levada a cabo, fica o apontamento respeitoso e agradecido para os dinamizadores e participantes na visita; para quem tão simpática e eficientemente os guiou; para a dignidade de um espaço político de relevo - do espaço, sublinho, porque por certas pessoas (nomeadamente algumas que nele circulam e se mostram a representar - mal - o cidadão) nem sempre grassa a admiração nem o respeito dos representados. Como diria Padre António Vieira: "Não é isto verdade? Ainda mal."
As curiosidades do espaço são muitas: Salão Parlamentar da Assembleia da República (Foto VO)
. de mosteiro a prisão, foi ainda aqui mantido durante muito tempo o Arquivo Nacional da Torre do Tombo, na sequência do Terramoto de 1755;
. a forma semicircular da sala de sessões plenárias resulta de uma reconstrução feita num espaço retangular anterior a um incêndio dos finais do século XIX (1895);
. a sala das sessões parlamentares atual apresenta uma luneta a encimar a estátua da República, com uma ilustração da primeira sessão das Cortes Constituintes (pintada por Veloso Salgado), tendo esta ocorrido não no Palácio de São Bento, mas no Convento das Necessidades, em 1821, de onde resultou o primeiro documento constitucional português: a Constituição de 1822;
. em torno da luneta, encontram-se escudos / brasões dos distritos e das antigas províncias ultramarinas, em lembrança das circunscrições eleitorais representadas pelos deputados da I República;
. a bancada do governo, inexistente no tempo do Estado Novo (por o governo ditatorial não comparecer no parlamento), foi colocada na sala em 1976 (estando localizada entre a tribuna dos oradores e a assembleia dos deputados);
. junto às galerias do público, encontram-se seis estátuas em gesso, representando a Constituição, a Diplomacia, a Lei, a Jurisprudência, a Justiça e a Eloquência;
. na antecâmara à sala das sessões - na Sala dos Passos Perdidos -, é possível ver telas pintadas por Columbano Bordalo Pinheiro, evocando grandes figuras estadistas nacionais; a encimar as portas deste espaço, encontram-se leões em gesso patinado, representando a Força.
Estátua da 'Eloquência' no Salão Parlamentar (de Júlio Vaz Júnior) - Foto VO
A sala foi dos visitantes. Ainda bem, porque assim houve condições para apreciar o lugar e não ficar distraído por alguns "famosos" (por vezes de razão mais do que discutível). Deputados, nem sombra deles. Estavam a trabalhar noutros espaços, disse-se. Seja. Que trabalhem bem e muito, para contrariar a imagem pública que se vai tendo de muitos e que, nos últimos tempos, em nada é abonatória dos bons serviços prestados - particularmente, quando há cartas de jovens (tão coincidentes com outros registos de quem já se cruzou com representantes da nação) a denunciar como neste salão parlamentar também se faz muito do que não é devido nem esperado:
Excerto televisivo do Jornal das 8, do passado dia 1 de dezembro, na TVI
A julgar pelos exemplos mencionados, até os que pretendem e tudo fazem para cumprir ficam sem chão.
Na sequência da atividade (extra)letiva levada a cabo, fica o apontamento respeitoso e agradecido para os dinamizadores e participantes na visita; para quem tão simpática e eficientemente os guiou; para a dignidade de um espaço político de relevo - do espaço, sublinho, porque por certas pessoas (nomeadamente algumas que nele circulam e se mostram a representar - mal - o cidadão) nem sempre grassa a admiração nem o respeito dos representados. Como diria Padre António Vieira: "Não é isto verdade? Ainda mal."
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