domingo, 19 de fevereiro de 2012

Entre o que partiu e o que ficou

    Partiu o melhor de mim...

   Quando há cerca de dois anos, a propósito da comemoração do Dia Europeu das Línguas, conduzia a pesquisa de uma turma para o tema da Hungria, estava longe de pensar que este país se iria cruzar com a minha vida.
    Entre alguns atlas, enciclopédias e roteiros, a leitura, a escrita, o conhecimento da língua cruzaram-se com a produção de um cartaz alusivo ao país magiar, aos costumes e a dados linguísticos e culturais que se avivam no presente.
     No planalto dos Cárpatos, na Europa Central, a Hungria tem de Portugal quase os mesmos dez milhões de habitantes. Da língua fino-úgrica pouco há a lembrar a herança latino-românica, ainda que ambas partilhem um mesmo continente europeu. A capital - Budapeste - é a pérola atravessada pelo Danúbio, com as porções "buda" (mais ocidental) e "peste" (o "forno" ou "fogão" da parte oriental, em geral plana e cujo centro histórico apresenta o parlamento húngaro, a praça dos Heróis e a avenida Andrássy).

     
   País do goulash ('comida de vaqueiros' preparada tradicionalmente pelos pastores húngaros, com carne de vaca cozida, cebolas, banha de porco, pimento-paprica, cominhos, sal e água), a Hungria faz parte da União Europeia desde 2004, mas ainda mantém o florim húngaro como moeda nacional.
    Entre a música de Liszt e Bela Bartók, a ilusão de Houdini, as fotos de Robert Kappa, a representação draculiana de Béla Lugosi, a cinematografia de Miklós Jancsó, o jogo futebolístico de Puskás e a escrita de Imre Kertész, há ainda um rio que me separa de um coração europeu também português.

    ... ficou o que há muito não interessa.

1 comentário:

  1. Caro Professor Vitor Oliveira!

    Mais uma pessoa que conhece a minha pátria! :)

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