quinta-feira, 17 de setembro de 2020

Uma ponte de cores

        No enlameado estaleiro da avenida, via-se uma ponte de cores.

       Ao final de uma tarde, ainda com sol, mas a chuva anunciada e os trovões a rasgar o céu, surgiu um arco-íris para chamar a atenção e fazer esquecer o cinza das nuvens que se impuseram:

O estaleiro da avenida 8 de Espinho dominado pelas cores do arco-íris - (Foto VO)

      No mar caíam os relâmpagos; nos ouvidos entrava o som retardado das descargas elétricas. E neste espetáculo natural, parecia que estavam a chegar sinais dos deuses para uns tempos que não estão fáceis.

      Íris, que nas suas tarefas de mensageira deixava um rastro arqueado e colorido no firmamento, foi uma espécie de arauto divino, segundo a mitologia grega. Bom seria que nos deixasse novas tão multicolores quanto o brilho do pote de moedas de ouro maciço, da mitologia irlandesa, a representar os sonhos que todos temos.

        Prestes a terminar o verão, os sinais outoniços vieram mais cedo.


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