sábado, 15 de maio de 2021

As boas escolhas (que estão por acontecer)

      Serão sempre bem-vindas, quando feitas em consciência.

      Não é o que se passa quando se apresenta rodapés televisivos como o seguinte, tão comuns aos nossos olhos (na variedade polifacetada com que nos surgem):

Agende-se a vacina da língua (para quem já 'ESTEVE' e 'ESTÁ' infetado com o vírus da incorreção).
Jornal da Tarde, na RTP1. Hoje. À hora da foto. (Foto VO)

     Vai mal a utilização da língua em circuitos de comunicação responsáveis pela sua qualidade. Maltratá-la, com a frequência com que tem sido, impõe que se cumpra formação e informação - que deviam ser pressupostas -, a bem de quem a deve dominar na perfeição do "Bom Português". Contrariamente à versão que diz "À mulher de César não basta ser honesta; deve parecer honesta", este é um claro caso em que o parecer não chega. Deve primar pelo ser.
      Em consciência, deve assumir-se que alguém não só deve escolher o local de vacinação como também precisa de escolher bem a vacina urgente a tomar: a da língua e a da sua correção (tanto oral como escrita). Isto é no que dá falar com reduções, como a do verbo '(es)tar'. A um pequeno e breve passo se escreve 'teve' - ou outras variações correlatas em pessoa e número -, não a forma do verbo ter, mas a do 'tar' que alguém errada e afetadamente produz

         Por isso eu digo que se deve falar bem para se escrever melhor.

       Ora, conclua-se: quem está (ou fala de modo) afetado precisa de ser vacinado. Isto no dia da família da língua portuguesa. Era escusado!

2 comentários:

  1. Bom dia, Vítor.
    Sim, é nódoa que não devia cair em nenhum meio de comunicação e muito menos no principal canal público de televisão.
    Para além desta questão da língua, o teu post também me deu uma informação importante: é que estive com covid há muito tempo e ainda não tive nenhuma informação sobre a data da minha vacina.
    Esperemos, então. E esperemos também que os jornalistas não demorem tanto tempo a aprender regras básicas da língua portuguesa.
    Um abraço, Vítor

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  2. Bom dia, Dolores.
    Haja alguma virtude neste apontamento (até porque já me sinto mal com o registo de tanta desgraça na língua usada no canal público).
    Esperemos por melhores dias!
    Eu já cá tenho duas doses da vacina (esperando que não me afete o domínio da língua).
    Beijinhos.

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