A situação do Covid-19 no país está grave (para não dizer muito grave), dizem alguns por causa do comportamento das pessoas que não foram educadas ou instruídas para viver com limites ou contenção; com deveres ou obrigações (apenas com direitos).
Até pode ser. Não tenho dados absolutos para o confirmar. Provas há, porém, de que o crédito de algumas informações / conselhos não é do mais educativo que há. Cai por terra, quando se lê o seguinte:
Excerto de uma nota para a saúde pública com "doença ortográfica" (agradecimento à AC)
Nem parece verdade! Mesmo quando duas linhas antes pode ser lida a construção correta! Entre responsáveis do Centro de Contactos (sublinhe-se!) do Serviço Nacional de Saúde (SNS), não houve um elemento que prestasse atenção ao texto e no que aprovou para divulgação pública? Pergunta retórica, diria, a julgar por alguns ofícios já aqui mencionados.
Trouxe, hoje, a foto de uma amiga, que, sabendo do meu interesse por estas questões, me endereçou logo um apontamento apenas com o meu nome e um emoji entre o assustadoramente espantado e o azulado de doença / desfalecimento. Tive de comentar, visto o destaque do erro ortográfico (decorrente da falta de reconhecimento da integridade morfológica do verbo 'estar'). Bem visível é a pequena diferença, muito reveladora de mais um sintoma dessa doença ortográfica que grassa nalgumas mentes deste país, nomeadamente nas que produzam ofícios para a Saúde 24: perda de sílabas. Confundem 'ter' com '(es)tar, por influência do oral informal, e dá nisto! Um 'estiver' passa erradamente a 'tiver' com toda a rapidez crónica.
Para os que acham que é chique dizer que '*tá tudo (bem)!' ou que era bom que '*tivessem mais atentos', aí vai a consequência do mal falar: mal escrevem. '*Tão a ver o mal que fazem?' Bom era que estivessem.
Para os que acham que é chique dizer que '*tá tudo (bem)!' ou que era bom que '*tivessem mais atentos', aí vai a consequência do mal falar: mal escrevem. '*Tão a ver o mal que fazem?' Bom era que estivessem.
Sei que há casos bem mais graves para resolver no momento no Centro de Contacto do SNS - Saúde 24, mas cometer na língua erro crónico não ajudará, por certo, a salvar a educação / instrução deste país. Torna a situação bem mais crítica, quando se trata de uma iniciativa associada a uma instituição ligada à ação governativa.
Olá, Vítor. Acho muito oportunas estas tuas chamadas de atenção. Claro que a saúde é muito importante, mas também tem de se tratar bem a nossa língua materna. Descurá-la é reduzir uma força que nos sustém.
ResponderEliminarUm beijinho e um bom dia.
Dolores
Obrigado, Dolores.
ResponderEliminarA bem da nossa língua, de que muito gostamos e, como bem dizes, "nos sustém".
Beijinho e um abraço do tamanho do mar.