segunda-feira, 30 de julho de 2012

Entre 'estadias' e 'estadas'... fico com a oferta

   Em período de férias, e mesmo antes, os anúncios publicitários das agências de viagens só falam em 'estadias'...

  Há uns tempos, conforme o atesta o Dicionário de Língua Portuguesa, de Cândido de Figueiredo (1996), seria caso para dizer que a viagem era de barco e que a paragem (ou a 'parada', como dizem os nossos irmãos brasileiros) seria aquela que o capitão do barco determinasse em certo porto ou local de permanência.
    Poderia ainda ser o caso de a mobilidade conseguir-se num qualquer tipo de veículo e o direito (a pagar) para permanecer num determinado local.
  Para qualquer outro contexto, o termo era mesmo 'estada', nomeadamente o que dava conta de uma pessoa se manter em permanência em qualquer tempo / lugar.
   Hoje, 'estadia' é termo comum, para não dizer mesmo que 'estada' surge preterido no uso. Os dicionários lá contemplam ambas as entradas, chegando o Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, da Academia das Ciências de Lisboa () e outros de uso mais corrente, a tomar a 'estadia' como sinónimo de 'estada' e vice-versa  nas avançadas acepções numéricas contempladas nas devidas entradas.
     Mais um sinal de evolução da língua, de como esta não é estável no tempo (como estratégia de sobrevivência). Entre estádios de deriva, o tempo dirá qual a forma que o uso fará vingar.

    Para não ser acusado de purista da língua, concedo na utilização dos termos como convergentes, mas lá que os distingo no meu uso não tenho dúvida (prova de que sou do século passado). Daí que prefira as ofertas em 'estadas' superiores a qualquer número de noites. 

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