Do herói Homem Aranha às escolhas da vida... herói e tema para uma tarde.
Em tempo de quarto filme do Homem Aranha (The Amazing Spider-Man), a tarde de hoje foi passada frente à televisão - como já não o fazia há mais do que tempo -, vendo ainda a que foi a terceira película (que perdi no circuito cinéfilo).
O efeito não terá sido, por certo, o mesmo, mas não deixou de me prender por uma intriga feita do previsível (com o herói a vencer as forças perversas, bem como a salvar a sua amada), dos efeitos técnicos e sonoros marcantes, para não falar também de duas linhas temáticas de interesse: uma, até os heróis têm de fazer escolhas difíceis, mesmo quando há que recusar o que lhes possa dar maior força e/ou tornar mais invencíveis e admirados; outra, até forças contrárias ao herói não deixam de merecer perdão, nomeadamente o deste último.
Para tudo é necessário ter preparação.
Peter Parker (Tobey Maguire), o discreto fotógrafo-repórter que protege a cidade, é tentado a assumir-se com poderes ainda mais extraordinários, mas tem de fazer uma escolha: manter-se tal como é ou passar a revelar algo que o descaracteriza. É verdade que com grandes poderes vêm grandes responsabilidades e não é menos certo que o super-herói demonstra ter valores bem sólidos, como o amor por Mary Jane Watson (a namorada ruiva, na versão fílmica das três primeiras produções) e a amizade por Harry Osborn (James Franco).
Entre os vilões, há um repórter rival (chamado Eddie Brock) tanto na função jornalística como no interesse por uma jovem admiradora que, uma vez salva pelo Homem-Aranha, nutre por este último uma admiração sem par. Há ainda o Homem-Areia (a personagem Flint Marko), que, no final, mais não é do que uma vítima, um pai que quer salvar a filha a todo o custo, mesmo que isso signifique manter-se no papel de foragido, depois de já ter sido preso e ter sido acusado (injustamente) de matar o tio de Peter Parker - a verdade é que foi cúmplice e se encontrava no local e no momento errados; por isto, acaba por ser perdoado. Há, por fim, Harry Osborn que, morrendo, não deixa de descobrir o verdadeiro significado da amizade, para lá dos interesses e dos sentidos de vingança (sem sentido) que o fizeram agir contra o seu velho amigo de escola.
Pelas fragilidades que o herói revela, pelas escolhas que faz, pelo exemplo mais alto que atribui à amizade e ao amor, pela sensibilidade e pelo perdão que o liberta da maior das tensões internas, este foi um filme bom de se ver numa tarde de sábado a cheirar a autêntico fim de semana. Além disso, foi mais um exemplo de ficção para o qual não deixar de ver muita realidade.
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