É verdade que a palavra parece ser a mesma, mas nem tudo o que parece é!
E não o sendo, é bom que se faça a distinção devida. Há que pensar e aplicar testes de verificação. Procurar a resposta nas soluções não chega.
Q: Professor, na frase "Os alunos pediram para adiar o teste", como se classifica o "para"? E porquê? Vi nas soluções que é uma conjunção, mas gostava de saber a razão para não ser uma preposição. Pensava que era.
R: Percebo a questão, mas, de facto, o "para" da frase proposta é uma conjunção.
Há que reparar que "para" segue o verbo 'pedir', o qual pede um complemento. A estrutura argumental do verbo é a seguinte: "Alguém PEDE alguma coisa". Parar a frase em "Os alunos pediram" resulta numa sequência incompleta, pelo que é de esperar que alguém pergunte qualquer coisa como "Os alunos pediram... O QUÊ?" Ora, esta última é a pergunta associada ao complemento direto. A resposta "para adiar o teste" contempla precisamente essa função sintática, configurada numa oração subordinada introduzida por uma conjunção completiva (completa o sentido do verbo com um complemento) ou integrante (integra o predicado).
Há que reparar que "para" segue o verbo 'pedir', o qual pede um complemento. A estrutura argumental do verbo é a seguinte: "Alguém PEDE alguma coisa". Parar a frase em "Os alunos pediram" resulta numa sequência incompleta, pelo que é de esperar que alguém pergunte qualquer coisa como "Os alunos pediram... O QUÊ?" Ora, esta última é a pergunta associada ao complemento direto. A resposta "para adiar o teste" contempla precisamente essa função sintática, configurada numa oração subordinada introduzida por uma conjunção completiva (completa o sentido do verbo com um complemento) ou integrante (integra o predicado).
Seja "Os alunos pediram para adiar o teste" seja "Os alunos pediram que se adiasse o teste", tanto o "para" como o "que" assumem-se como conjunções subordinativas completivas, pela razão atrás indicada.
Por norma, a preposição "para" distingue-se da conjunção atendendo ao facto de a primeira poder ser seguida por um grupo nominal substituível por um pronome na forma oblíqua (isto é, "mim / ti / ele, ela / nós / vós / eles, elas").
Por norma, a preposição "para" distingue-se da conjunção atendendo ao facto de a primeira poder ser seguida por um grupo nominal substituível por um pronome na forma oblíqua (isto é, "mim / ti / ele, ela / nós / vós / eles, elas").
"Para" é, efetivamente, um caso muito camaleónico da língua portuguesa, ainda mais com o que o mais recente Acordo Ortográfico introduziu (ao eliminar o acento gráfico de algumas formas do verbo 'parar'):
i) Antes de fazer asneira, para.
< verbo parar, no modo imperativo>
ii) Para pensar, é necessário parar.
iii) Ele falou para mim; não para ti.
< preposição, seguida de um pronome pessoal na forma oblíqua - o comportamento típico das preposições quando combinadas com pronomes pessoais>
iv) Peço a todos para manterem a calma.
Peço que todos mantenham a calma.
< conjunção subordinativa completiva ou integrante, a introduzir uma oração subordinada substantiva completiva - que funciona como complemento direto selecionado pelo verbo 'pedir' e que não pode ser retirado da frase, sob pena de esta ficar incompleta e incorreta >
Conclusão: o contexto da frase determina a classificação das palavras, quanto à classe a que pertencem, para além de se poder contar com alguns testes que auxiliam na identificação desta última.
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